É lei universal que não podemos criar o que antes não concebemos. Tomando este conceito metafísico como ponto de partida , este artigo conduz diretamente ao nosso eu infantil que , através de nossa contínua dependência da aprovação externa , nos mantém no âmbito estreito de nossas limitações. A felicidade , a realização , é nosso direito inato. Mas como podemos fazê-lo manifestar-se ? Este é um artigo que de fato expande a mente.
Todos os grandes ensinamentos espirituais afirmam que a criação é infinita em suas possibilidades e que o potencial da humanidade para realizar essas possibilidades infinitas de felicidade jaz recôndito nas profundezas interiores do ser de cada pessoa. Quase todos vocês já ouviram essas palavras. Alguns acreditam nelas , pelo menos em princípio ; outros podem ter suas dúvidas quanto a aceitá-las pelo menos em teoria. Procuremos agora superar alguns obstáculos que dificultam a compreensão desses princípios.
TUDO NO MUNDO EXISTE EM ESTADO DE POTENCIALIDADE
Em primeiro lugar , precisamos compreender que ninguém cria nada novo. É também impossível que algo de novo passe a existir por si só. É possível , entretanto , que alguém desvele algo que já existe. É um fato incontestável que tudo , absolutamente tudo , já existe num outro nível de consciência. A palavra tudo não consegue transmitir a abrangência toda deste conceito. Quando alguém fala sobre a infinitude de Deus ou da Criação , abarca-se apenas parte do significado. Não há nenhum estado de ser , nenhuma experiência , nenhuma situação , conceito , sentimento ou objeto que já não exista. Tudo no mundo existe em estado potencial que já contém em si o produto acabado. O ser humano tem dificuldade em aceitar essa idéia , porque ela é oposta ao seu modo de pensar , de ser e de experimentar em seu nível mediano de consciência. Mas quanto mais você aprofundar a sua reflexão sobre essa questão , mais fácil lhe será percebê-la , senti-la e apreendê-la. Conhecer e compreender este princípio de criação – que tudo já existe e que os seres humanos podem desvelar essas possibilidades existentes – é um dos pré-requisitos para vivenciar a plenitude do potencial infinito da vida.
Antes de criar novas possibilidades de desenvolvimento e amplitudes inteiramente novas de experiência em sua vida pessoal , você deve aprender a aplicar essas leis de criação às áreas problemáticas de sua vida em que se sente embaraçado , limitado , prejudicado ou preso. À criação de uma personalidade sadia segue-se o desdobramento saudável do verdadeiro eu. Isto pode acontecer quando você aprende e compreende que as leis de criação só podem operar se você as aplicar primeiro às áreas conturbadas da personalidade.
Qualquer possibilidade concebida pode ser realizada. Suponha estar imerso num conflito para o qual não vê saída. Enquanto não conceber uma saída , você não poderá realizar a possibilidade já existente de uma solução. Se seus conceitos forem confusos e fantasiosos , assim também serão as soluções temporárias que lhe aparecerão como possibilidades únicas. O mesmo se aplica à sua vida como um todo. Se você compreende verdadeiramente que existe um número infinito de possibilidades em qualquer situação dada , você pode encontrar soluções onde até agora era totalmente impossível encontrá-las.
É prerrogativa sua como ser humano fazer uso dessas leis de criação para que essas possibilidades infinitas possam expandir-se , capacitando-o a participar plenamente desses dons da vida. Se sua vida parece limitada , isto acontece porque você está convencido de que ela deve ser limitada. Você não consegue conceber nada além do que viveu até agora e do que está vivendo no presente. Este é precisamente o primeiro empecilho. Portanto , para expandir suas próprias possibilidades de felicidade , sua mente deve aprender o princípio de que você não pode criar nada se antes não pode concebê-lo. Você deve meditar verdadeiramente sobre esta afirmação , pois a compreensão desse conceito lhe abrirá novas portas. Deve também compreender que existe uma grande diferença entre conceber possibilidades de expansão ou felicidade , de um lado ,e fantasias , de outro. Não nos referimos aqui ao devaneio melancólico e resignado que toma conta da fantasia como um substituto da insípida realidade , e que na verdade é um obstáculo à concepção apropriada dos potenciais da vida. Você deve ter um conceito vigoroso , ativo , dinâmico do que é possível. Ao saber que algo que deseja já existe em princípio , você deu o primeiro passo para realizá-lo.
A MOTIVAÇÃO NEGATIVA IMPEDE NOVAS PERSPECTIVAS
Portanto , convidamos-lhe a contemplar o que você concebe como possibilidades para a sua vida. Se se examinar com atenção , descobrirá em primeiro lugar que concebe possibilidades negativas que naturalmente teme , quer evitar e contra as quais se defende. Quando você emprega a maior parte de suas energias psíquicas para defender-se contra possíveis experiências negativas , sua motivação é negativa.
Uma motivação negativa não implica necessariamente uma intenção destrutiva. Nesse aspecto , uma motivação positiva também poderia significar uma intenção ou objetivo destrutivo. O ato de evitar uma possibilidade temida implica motivação negativa. Se examinar atentamente seus processos mentais e emocionais , você descobrirá que é motivado negativamente a um grau considerável. Este é um dos primeiros obstáculos que o trancafiam numa prisão imaginária e desnecessária. Naturalmente , isto se aplica a todos os níveis de sua personalidade. Aplica-se ao nível mental ,onde você na o consegue divisar as perspectivas infinitas de experiência , de expansão , de estimulação , de todas as espécies de possibilidades maravilhosas e felizes que você tem a prerrogativa de alcançar nesta vida. Existe no nível emocional , onde você não permite o fluxo espontâneo e natural de seus sentimentos , onde você se retrai temerosa , ansiosa e suspicazmente. Existe também no nível físico , enquanto não permite que seu corpo sinta o prazer a que foi destinado. Todas essas são limitações que você se impõe de modo artificial e desnecessário.
UM CONJUNTO DIFUNDIDO DE CONCEPÇÕES ERRÔNEAS
O outro obstáculo à expansão da sua vida e à criação da melhor vida possível para você mesmo é o seguinte conjunto de concepções errôneas espalhadas pelo mundo todo : “ Não é possível ser verdadeiramente feliz ! A vida humana é limitada demais. A felicidade , o prazer e o enlevo são objetivos frívolos e egoístas que pessoas realmente espirituais devem abandonar em nome do seu desenvolvimento espiritual. O sacrifício e a renúncia são as chaves para o desenvolvimento espiritual. “Não precisamos explicar mais essas concepções falsas profundamente alojadas que com freqüência são mais inconscientes do que conscientes. Mas é preciso que você descubra o modo sutil como se conforma com tais conceitos gerais , não importando em que acredite conscientemente. Você pode descobrir essas reações sutis constatando sua relutância em decidir-se a concretizar uma satisfação perfeitamente normal e inofensiva de uma necessidade genuína ou de um objetivo verdadeiramente construtivo. Você sente como se algo o retivesse , paralisando seus esforços. Embora muitas vezes haja várias outras razões para esta relutância – algumas das quais analisaremos brevemente- é também geralmente verdade que você simplesmente aceitou uma idéia negativa desprovida de sentido e de um propósito sadio.
O medo da felicidade , do prazer e da expansão ampla nas experiências da vida baseia-se na ignorância de que essa realização pode existir ou de que você possui todos esses poderes , faculdades e recursos para criar e causar o que deseja. Baseia-se também em idéias errôneas , como “o prazer é errado “ , ou “ egoísmo querer a realização pessoal.” O medo da felicidade também se baseia no medo de ser aniquilado e dissolvido se você confiasse no fluxo das forças universais e seguisse com elas. Uma confiança dessas precisa renunciar à vontade e às forças do ego e exige a rendição às forças benéficas de sua natureza profunda.
ARTIFÍCIOS PARA ESCONDER DOS OUTROS NOSSA FRAQUEZA E DEPENDÊNCIA
Todo ser humano abriga uma atitude de medo e de fraqueza. Visto que esse aspecto da personalidade em geral causa uma grande vergonha , ele é mantido em segredo , muitas vezes mesmo com relação à mente consciente. Artifícios diversos são inventados para ocultar essa fraqueza e dependência que faz com que você se sinta totalmente impotente , incapaz de afirmar-se a si mesmo , e até incapaz de proteger sua verdade e integridade. Quando é essa a área da alma afetada , a pessoa é compelida a vender-se e a trair a si mesma para evitar a desaprovação , a repreensão e a rejeição. A necessidade de ser aceito pelos outros em geral é menos vexatória do que os meios a que a personalidade recorre para abrandar e apaziguar os demais. Os modos de defender-se são psicologicamente tão fundamentais que você não pode ir longe como eles funcionam em sua vida. Todos os mecanismos de defesa que descobriu e que talvez tenha começado a remover são modos que você adota para reaver o que considera ser a aceitação aparentemente vital dos outros , ou modos de esconder sua submissão vexatória , muitas vezes através de uma atitude aparentemente contrária de indiferença e hostilidade , ou de revolta e agressividade compulsiva e cega.
A CRIANÇA DEPENDENTE QUE EXISTE EM VOCÊ AINDA QUER APROVAÇÃO DOS OUTROS
Poucas coisas causam tanto ao sofrimento e vergonha aos seres humanos como esse ponto interior , medroso e fraco que os faz sentirem-se impotentes e compelidos a trair a si mesmos. Você já sabe , que essa área da personalidade continuou criança. A criança ainda não sabe que a personalidade como um todo se desenvolveu e que não é mais desamparada e dependente. Os bebês e as crianças são desamparados e dependem dos pais. Mas a parte infantil de seu ser não sabe ou não quer saber que isto não é mais assim.
A criança depende dos pais em todos os aspectos básicos da vida: proteção , alimento , afeto e , por último mas não menos importante , a dádiva de algo absolutamente necessário , o prazer. Um ser humano não pode viver sem prazer. Negar esta verdade é um dos erros prejudiciais. Sem prazer , o corpo , a alma , a mente e o espírito definham. Como adulto, e por seus próprios esforços e recursos , você é capaz de prover por seu próprio abrigo , alimento , afeto e segurança , e assim pode também providenciar seu próprio prazer. Em todas essas áreas , você precisa ter contato , cooperação e comunicação com outros em vários graus. Você não consegue prover a você mesmo nenhuma dessas necessidades sem interagir com outras pessoas. Mas essa interação é totalmente diferente da dependência passiva e frágil da criança. A pessoa plenamente adulta utiliza suas melhores forças , inteligência , intuição , habilidades , observação e flexibilidade para harmonizar-se com os outros no dar e no receber. Seu senso de justiça adulto o torna suficientemente maleável para ceder. E seu senso de “eu” o torna suficientemente agressivo para não ser pisado e prejudicado. O equilíbrio geralmente delicado dessas forças de comunicação não pode ser ensinado. Ele apenas pode surgir através do desenvolvimento pessoal.
As crianças são incapazes de chegar a esse equilíbrio. Elas são rigidamente parciais em sua insistência em receber , pois essa é sua necessidade. O mesmo se aplica ao prazer : elas precisam ter a permissão dos pais para estabelecer e utilizar a fonte de todo prazer nas profundezas delas mesmas. Através da permissão dos pais , a criança desenvolve a força e a segurança para fazer contato significativo. Quando você ainda precisa que outra pessoa o autorize a sentir o prazer , você ainda está na situação da criança ou do bebê. Repetimos , isto não significa que se possa passar sem os outros ; no caso do adulto , porém , ênfase é deslocada. Adultos maduros encontram em si mesmos uma fonte inexaurível de sentimentos extraordinários. A insegurança e a fraqueza deixam de existir quando esses sentimentos são estimulados.
Quando parte do seu desenvolvimento é detida , você espera que outra pessoa , um pai/mãe substituto , lhe possibilite haurir da fonte profunda de seus mais nobres sentimentos. Você conhece e deseja esses sentimentos agradáveis , mas não sabe que não é mais uma criança dependente que precisa de licença para ativá-los e expressá-los. Esta é sua tragédia humana , porque é assim que você entra num círculo vicioso. Sempre que uma concepção errada é aceita como verdadeira , imediatamente se cria um círculo vicioso, paralisando as forças do prazer , que são uma boa parte da energia que está á sua disposição. Assim , sua vida se torna fosca e opaca.
Negar o prazer intenso de ser , o prazer de sentir o fluxo de energia de seu corpo , de sua alma e de seu espírito é negar a vida. Quando se nega isto a uma criança , sua psique recebe um choque provocado pela ausência repetida de prazer e , em conseqüência , pela presença repetida do desejo não satisfeito. O choque impede o desenvolvimento dessa área específica , e assim a personalidade toda cresce desequilibradamente. Sua mente consciente adulta desconhece o fato de que ainda existe dentro de você uma criança chorona , exigente , irritada e desamparada. Você não sabe que está livre para sentir o prazer , para realizar-se , para pôr em ação seus próprios poderes para obter o que quer e o que necessita. Esta é uma das rupturas mais fundamentais da personalidade humana.
CÍRCULO VICIOSO E CORRENTE DE PRESSÃO
Examinemos um pouco mais detidamente esse ângulo oculto da psique em que todos vocês permaneceram crianças. Em que ponto você desconhece este fato e em que ponto sua criança interior ignora os direitos e poderes de seu estado adulto ? O círculo vicioso que mencionamos anteriormente é este : Quando você não sabe que tudo no Universo já existe e que pode manifestar tudo o que necessita em sua própria vida , você se sente dependente de uma força externa ou autoridade para todos os seus desejos e necessidades. Devido a esta distorção dos fatos , você espera a realização a partir da fonte errada. Esse tipo de espera mantém sua necessidade perpetuamente irrealizada. Quando mais irrealizada é , mais urgente ela se torna. E quanto mais urgente , maior a sua dependência , a sua esperança e mais frenética as suas tentativas de agradar o outro que supostamente deve satisfazer sua necessidade. Então você se desespera ; quanto mais você tenta , menos preenche suas necessidades exatamente porque suas tentativas são irrealistas. Conscientemente , você não conhece nada disso ; você desconhece quais são as forças que o dirigem e até mesmo para que direção elas o impelem. Você se desespera porque em sua premência de ter sua necessidade satisfeita chega a trair a você mesmo , a sua verdade e o melhor que há em você. Seu esforço frustrado e sua autotraição criam uma corrente de pressão.
A corrente de pressão pode manifestar-se de um modo muito sutil e sem nenhuma clareza , mas as emoções estão todas congestionadas por elas. Isto deve inevitavelmente afetar os outros a ter suas conseqüências de acordo com as leis naturais e apropriadas. Qualquer corrente de pressão leva os outros a resistir e a encolher-se , mesmo que aquilo para que são movidos a fazer seja para seu próprio benefício e prazer. Assim, o círculo vicioso continua. A frustração continuada , que você acredita ser causada pela recusa mesquinha do outro em cooperar e oferecer , sobrecarrega a sua alma de raiva , de fúria e talvez até mesmo de vingança e de graus variados de impulsos cruéis. Isto , por sua vez, enfraquece a personalidade ainda mais à medida que a culpa vai emergindo.Você conclui que seus sentimentos destrutivos devem ficar escondidos para não antagonizar essa outra pessoa que você considera como a fonte de vida. A rede do emaranhado se torna cada vez mais apertada ; o indivíduo fica completamente enredado nessa armadilha nessa armadilha de concepções errôneas , distorções e ilusões com todas as emoções destrutivas que seguem no seu encalço. Você se vê todas as emoções destrutivas que seguem no seu encalço. Você se vê na posição absurda de implorar o amor e a aceitação de uma pessoa a quem você odeia e de quem se ressente por tê-lo deixado sem realização. Por tanto tempo. Essa insistência unilateral em ser amado por uma pessoa de quem se ressente profundamente e que deseja punir aumenta a culpa , porque a sempre vigilante presença de seu verdadeiro eu transmite sua reação a uma mente que é incapaz de interpretar e de selecionar as mensagens provenientes dele e separá-las daquelas que provém da criança interior.
O fato de que sua necessidade não é satisfeita pelo outro também enfraquece sua convicção de que você tem direito ao prazer que tanto deseja. Você suspeita vagamente que pode estar errado até mesmo em desejar esse prazer. Assim , você começa a deslocar a necessidade e o desejar esse prazer. Assim , você começa a deslocar a necessidade e o desejo originais , naturais , de prazer para outros canais em que estes são sublimados. Em conseqüência , outras necessidades , mais ou menos compulsivas , passam a existir. No entretempo você fica premido entre a força da necessidade original profundamente oculta e a dúvida de que tenha direito à sua realização. Quanto mais você duvida , mais dependente se torna da confirmação por uma autoridade exterior – um pai-substituto , a opinião pública , ou certos grupos de pessoas que , para você , representam a última palavra em termos de verdade.
Quanto mais esse círculo vicioso continua , menos prazer permanece na psique , e mais desprazer se acumula. Uma pessoa assim vai gradativamente aumentando seu desespero com relação à vida e sua dúvida de que a realização seja possível. Chega a um ponto em que a pessoa capitula interiormente.
Não existe um único ser humano que não abrigue dentro de si uma área frágil como essa , pelo menos até certo grau. Nesse lugar secreto , você se sente desamparado e dependente , e ao mesmo tempo profundamente envergonhado. A vergonha é devida aos métodos que você emprega para acalmar a pessoa que em determinadas circunstâncias deve supostamente desempenhar o papel da autoridade e prover-lhe do que necessita em termos de prazer , de segurança e de respeito para consigo mesmo.
A corrente de pressão diz : “Você tem de“ – e você exige que os outros sejam , sintam e façam o que você necessita e quer. Essas exigências podem não se manifestar externamente. De fato , na superfície você pode carecer totalmente de auto-afirmação. Sua inabilidade ou dificuldade em se afirmar de modo saudável é resultado direto de ter de esconder a corrente de pressão subjacente vergonhosa e ameaçadora. Ela é ameaçadora porque você sabe muito bem que se ela se expuser abertamente , atrairá censura e desaprovação e possivelmente até mesmo rejeição manifesta.
Convidamos você a encarar com vigor essa área de você mesmo. Você deve resolvê-la se quiser concretizar os melhores potenciais seus e da vida , e se deseja descobrir seus próprios poderes infinitos de criar o bem infinito em sua vida.
Quanto mais fortemente o “você tem de” é secretamente lançado aos outros , mais você torna inativos seus próprios poderes. O resultado é que você fica paralisado e inativo no corpo , na alma e na mente. Essa inatividade o impede de mover-se na direção de seu próprio núcleo , o espaço onde se concentram toda promessa realista e todo potencial para qualquer espécie de realização e prazer. Inadvertidamente , você se pendura nos outros , o que desperta ódio em você. Descobrir o tesouro de seu próprio núcleo , ao contrário , torna-o livre. Então o contato com os outros torna-se um deleite prazeroso que estimula o amor.
Usando continuamente a pressão interior , oculta , sobre os outros porque acredita ser dependente deles , você diminui seu suprimento de energia disponível. Se a energia é usada de modo natural , correto e significativo , ela jamais se exaure. A energia somente se esgota quando é empregada de modo errado. Existem inúmeros métodos usados pelos seres humanos para ativar essa corrente de pressão. Entre eles incluem-se a complacência em vários graus , a resistência passiva , o despeito , o retraimento , a recusa em cooperar , a agressão externa , a intimidação e a persuasão através da força falsa e da imposição de uma função autoritária. No fundo , todos eles significa : “Você deve me amar e me dar aquilo de que necessito.” Quanto mais cegamente você estiver envolvido nesse modo de ser , mais enfraquecerá e mais se afastará do centro de sua verdadeira vida interior , onde você encontra tudo o que possa necessitar e desejar.
ABANDONO-LIBERTAÇÃO
Com a finalidade de reorientar as forças da alma para a saúde e de restabelecer sua verdadeira natureza , você deve adotar o seguinte : abandone a pessoa ou as pessoas que você espera que você espera que realizem sua vida e de quem ao mesmo tempo se ressente por esse mesmo fato. Você deve reconhecer que tem expectativas e exige dos outros coisas que somente você pode realizar. Tudo o que você almeja , incluindo o amor verdadeiro , pode manifestar-se apenas quando sua alma é audaz , e você sabe que a força dos sentimentos com que você pode dar e receber amor está dentro de você. Enquanto você se agarra a outra pessoa como uma criança , negando o adulto que é , você se escraviza no verdadeiro sentido da palavra. Quanto mais faz isso , menos você pode receber e dar , e menos os sentimentos verdadeiros de qualquer espécie ligados a qualquer experiência vital podem encontrar seu espaço dentro de você.
Visto que o medo e a raiva ocupam a maior área da sua psique , é essencial libertar essas emoções negativas de acordo com o método que você aprende no caminho ; esse método não prejudica ninguém. Logo que você libera o medo e a raiva , imediatamente abre espaço para os bons sentimentos. Muitos ainda estão paralisados e fechados em si mesmos. Expressar medo e raiva é a última coisa que querem fazer. Mesmo que , em princípio , admita tais emoções negativas , você prefere representá-las inconscientemente em vez de expressá-las diretamente e assumir responsabilidade por elas. Você ainda reivindica uma perfeição falsa – embora não mais acredite realmente que ela exista em você – com o objetivo de induzir os outros a terem uma disposição favorável com relação a você. Além disso , você se agarra às emoções negativas porque tem medo dos sentimentos positivos. Este é outro aspecto do mesmo círculo vicioso.
Quanto menos você assume a responsabilidade pelos sentimentos negativos que ainda possui e pelo seu direito e capacidade de criar a felicidade , mais você vive no medo. Consequentemente , mais você deve fazer alguma coisa para eliminar esse medo. Assim é que surge a motivação negativa. Você vive uma vida paliativa de fuga em vez de criar uma vida que se desenvolva plena de experiência e prazer positivos. Sua meta é evitar a ameaça da expressão de seus sentimentos negativos porque eles impediriam que você obtivesse de outros tudo o que na verdade deve obter de você mesmo. Você põe sua salvação nos outros , mas ela jamais pode vir através deles.
Sua reorientação para a vida – exceção feita à necessidade fundamental de reconhecer todos esses aspectos negativos – deve sempre começar com o desejo de libertação. Isto não pode ser forçado sobre quem não foi conscientizado dessa dependência de modo exato. Mas se a pessoa está consciente , é possível que se desvencilhe daquilo a que esteve se agarrando tão fortemente. Esse afrouxamento deve acontecer para provocar uma mudança na estrutura de equilíbrio das forças da alma para que círculos benignos possam começar a perpetuar-se.
Você também deve ter a disposição de prescindir das racionalizações que parecem justificar seu caso. Pois você sempre pode ter êxito em apresentar sua vida a você mesmo e às outras pessoas como se seus desejos , necessidades e exigências com relação aos outros não apenas se justificassem , visto que não há nada de errado com isso , mas como se fossem até benéficos para a outra pessoa. Isto pode ser bem verdade , enquanto se analisar sob este ponto de vista. Em princípio , o que você quer , pode de fato ser bom e de acordo com seu direito. Mas ao usar uma corrente de pressão oculta , emocional , você sai por aí em busca de satisfação do modo errado e não concedendo à outra pessoa a mesma liberdade que quer para você mesmo. Você não dá à outra pessoa o direito de escolher livremente a quem aceitar e amar ou o direito de não ser rejeitada e odiada por afirmar essa liberdade. Você nem sequer dá ao outro o direito de estar errado sem ser odiado e totalmente negado. Esta é uma liberdade que você deseja , e muito , para você mesmo , e se ressente profundamente quando os outros a negam a você. Você é incapaz de defender-se adequadamente em tais casos apenas porque em certos níveis emocionais não concede essa mesma liberdade aos outros. Se observar com atenção , você verá que esta é uma verdade. E ao fazer isso , seu senso de justiça e de objetividade o ajudará a soltar-se daquilo a que se agarra tão desesperadamente , mesmo quando emocionalmente ainda acredita que sua vida está na dependência de conseguir que o outro sinta e faça como você quer.
RETIRE A AMARRA DE SEU PESCOÇO
Uma vez aprendida esta condição inicial , levando em conta o número de recaídas inevitáveis que devem ser sempre observadas de maneira nova , você dará um passo enorme na direção daquela fonte de seu ser interior onde você não está amarrado à fraqueza e à ansiedade ou ao medo e à raiva. Todas as pessoas se sentem incomodadas com alguma amarra que as mantém dependentes e ansiosas numa situação em que não podem encontrar a força de afirmar-se a si mesmas , em que se encontram absolutamente presas e incapazes de ver uma saída porque cada possibilidade parece errada, Você sabe que nenhuma das alternativas visíveis lhe dá aquele bom sentimento sobre você mesmo , aquela força elástica e bem-estar em que mesmo os passos difíceis tornam-se possíveis porque você sabe que são certos para você. Quase todos experimentaram , pelo menos ocasionalmente , este estado de sabedoria interior em que seu verdadeiro eu operou livremente dentro de cada um. É nosso objetivo manifestar por completo esse eu verdadeiro.
Para liberar o verdadeiro eu , você tem de encontrar a área de sua vida em que está mais amarrado e ansioso. Pergunte a você mesmo o que quer do outro quando está amarrado , ressentido , temeroso , fraco e incapaz de ser você mesmo. Sinta essa amarra que só pode ser desfeita quando você pára de querer dos outros o que deve prover por você mesmo. Verbalize concisamente para você mesmo o que acha que quer dos outros. Isto o aproximará mais da libertação. Você então saberá que é exatamente esta a necessidade compulsiva com que escraviza , debilita e paralisa a você mesmo. Ao se libertar , você experimentará uma força nova elástica , que brota de você e que de repente concilia problemas aparentemente insolúveis. Você se tornará livre à medida que se libertar. Somente ao perder no nível do ego é que você vencerá no nível do eu verdadeiro , onde o poder é criar uma vida plena.
Inversamente , sua capacidade de desistir , de ser justo , de deixar os outros livres , sua insistência em vencer e ter as coisas a seu modo e sua recusa em perder no nível do ego fazem com que lhe seja impossível vencer onde de fato vale a pena e onde você encontraria sua força verdadeira.
Estamos lidando aqui com níveis de consciência. Espero ter ficado bastante claro que não se exige nenhum sacrifício ou renúncia. O que se quer dizer é que você não pode obter o que quer , e o que de fato deveria ter , pressionando uma fonte exterior com todos os seus esforços. A ênfase deve ser mudada. Se insistir em vencer no nível errado , você não vencerá realmente. Se perder nesse nível do ego , você vencerá. Você entrará inevitavelmente naquele núcleo de você mesmo onde se localiza todo poder que se pode conceber. Na medida em que você garantir aos outros o direito de ser , quer lhe seja conveniente ou não , nessa medida você encontrará verdadeiramente seus próprios direitos.
Encontrar esses direitos é um processo de desenvolvimento constante. O processo se manifestará primeiro no fato de você não mais se vender ou degradar-se. Você encontrará defesas boas e autênticas contra a degradação e se sentirá confortável com respeito a elas. Posteriormente , você descobrirá seu direito sempre crescente ao prazer e à felicidade. Descobrirá que se dirige para visões do que sua vida pode ser , para possibilidades que jamais sonhou poderem existir. Inesperadamente , você se permitirá o prazer. Você não mais se refreará como inadvertidamente faz no momento. Você cessará de solapar os processos espontâneos e aprenderá a confiar neles. Isso possibilitará uma riqueza de vida e uma segurança verdadeiramente celestiais. Renunciando e desistindo de sua corrente de pressão interior , você sentirá a beleza de relacionamentos livres , não forçados. Vivendo no antigo padrão de dependência , você força os outros a fazer o que você deseja. Assim , você tem correntes de pressão mútua. Isto o enfraquece e cria uma multidão de emoções negativas que o fazem perder o contato com o núcleo de seu ser verdadeiro e com seus bons sentimentos. Perdendo com desprendimento , você descobrirá um tesouro interior , um novo modo de vida que é uma aventura inteiramente nova que você está apenas começando. E as áreas de sua vida em que você se sente fraco e preso deixarão de existir.
Vá ao seu ser interior e comunique-se com ele com o objetivo de eliminar essa fraqueza que o amarra e que retém sua vida de modo desnecessário e dispersivo. Não importa o quanto você possa prezar essa paralisia , ela não tem nenhum propósito. De uma maneira ou de outra , todas as pessoas se refreiam , exatamente como o fez a humanidade durante milênios , dizendo que o prazer é errado , leviano e desprovido de espiritualidade. Você pode ter suas próprias justificativas para dourar sua fraqueza e aparentemente fazer dela seu patrimônio. Entretanto , seguindo este raciocínio , você não ficará face a face com você mesmo. Somente enfrentando face a face sua fraqueza e dependência e sua corrente de pressão que diz aos outros “você tem de” , é que você deparará com sua força e beleza e com todos os potenciais que existem em você de um modo que ainda não consegue compreender.
SHAUMBRA e NAMASTÊ !!!