“A natureza humana é capaz de um mal infinito. Hoje , como nunca dantes , é importante que os seres humanos não subestimem o perigo representado pelo mal que espreita dentro deles. Ele é , infelizmente , bastante real , e é por essa razão que a psicologia deve insistir na realidade do mal e deve rejeitar qualquer definição que o considere insignificante ou na verdade inexistente.”
Carl Jung
“Quando o mal é compreendido como sendo intrinsecamente um fluxo de energia divina momentaneamente distorcido devido a idéias errôneas , a conceitos e imperfeições específicos , então ele não é mais rejeitado na sua essência.”
Maori Mojave
Você não é uma pessoa má. Eu não sou uma pessoa má. Contudo , o mal existe no mundo e não há como discutir isto : ele é muito claro e indiscutível. De onde ele vem ?
As coisas más que são feitas sobre a Terra são praticadas por seres humanos. Nós não podemos pôr a culpa nas plantas ou nos animais , numa doença infecciosa ou em influências nefastas do espaço sideral. Mas , se você e eu não somos maus , quem o é ? Será que o mal residiu apenas em outros lugares como a antiga Alemanha Nazista ou o antigo império da ex-União Soviética e o atual governo secreto e os seres regressivos extra-terrestres ? Ou será que ele habita somente os corações dos criminosos e dos barões das drogas , mas não os das pessoas que conhecemos ?
Será ainda possível que ninguém é mau , mas apenas desorientado ? Podemos nós realmente atribuir o horror ao Holocausto , ou o sadismo de Idi Amin , ou a tortura mencionada pelos governos corruptos , que acontece exatamente agora em muitos países do mundo , a uma mera desorientação ? Essa palavra parece inconsistente e não basta como explicação.
Onde reside o mal ? De onde ele surge ?
O mal reside em cada uma e em toda alma humana. Ou , em outras palavras : o mal que existe no mundo nada mais é que a soma do mal que existe em todos os seres humanos.
“Mau” é um adjetivo muito forte. A maioria das pessoas quer reservá-lo para os Hitlers e para os criminosos e se nega a aplicá-lo a elas mesmas.
A primeira definição de “mau” dada pelo meu dicionário é : “moralmente repreensível , pecaminoso , maléfico”. Essa definição torna claro que não é apropriado o uso da palavra para falar “dos males da doença e da morte”. Doença e morte são aspectos dolorosos da experiência humana , mas decerto não são “moralmente repreensíveis”. Por outro lado , é correto usar tal adjetivo para falar da “maléfica instituição da escravidão”.
Muitos já fizeram coisas que são moralmente repreensíveis. Todos nós temos falhas de caráter , todos somos mais ou menos egocêntricos , egoístas e mesquinhos. E essas falhas de caráter levam , muitas vezes , a ser antipático , rancoroso , ciumento , e a agir de formas que só contribuem para aumentar o sofrimento no mundo. Mas isso faz de nós pessoas más ?
Você e eu certamente não somos maus em nossa totalidade , ou em nossa essência , mas temos o mal dentro de nós , pelo simples fato de estarmos encarnados aqui. Portanto , a palavra “mal” pode descrever um contínuo de comportamento que vai desde a simples mesquinhez e o egocentrismo , num extremo , até o sadismo genocida do nazismo ou do governo secreto no outro. Aqueles de nós que habitam um extremo inferior do espectro podem ter o desejo de dizer que nada tem em comum com os assassinos do extremo oposto ; será que não temos mesmo nada em comum com eles ?
Há trinta ou quarenta anos atrás , a palavra “pecado” ainda era de uso comum , mas hoje ( a não ser entre os fundamentalistas ) ela praticamente não é mais empregada. Agora preferimos usar a terminologia da Psicologia que fala antes dos defeitos e falhas humanas , mas normalmente de uma maneira que põe a culpa alhures – nos pais ou na sociedade – por fazerem o que somos. A mudança pessoal então ocorre quando compreendemos a origem da programação negativa que os outros nos infligiram , vivenciamos todos os sentimentos envolvidos ( fundamentalmente raiva e pesar ) e então perdoamos a fonte externa da nossa negatividade , da qual ainda sofremos. E isso é uma parte crucial do processo de transformação.
“Contudo , na visão da Psicologia nós perdemos algo que a velha idéia religiosa do pecado nos deu. A saber , que somos responsáveis pela nossa negatividade , pelos nossos atos ou omissões. Ser responsável é muito diferente de ser culpado. Significa simplesmente reconhecermo-nos às vezes como a origem da dor , da injustiça e do descaso para conosco mesmos , para com os outros e para com o mundo.”
Se eu posso admitir esse grau de responsabilidade – admitir que não sou apenas uma vítima do mal que há no mundo , mas que sou , da minha própria pequena maneira , um iniciador de negatividade – então o que devo fazer a respeito ? Como posso transformar o mal que existe em mim ?
A religião tradicional nos dá preceitos morais a serem seguidos , tais como : “Faça aos outros o que desejaria que eles fizessem a ti” e “Ama a teu próximo como a ti mesmo”. Certamente nós podemos concordar que , se todos pautassem a sua exigência por essas regras áureas , o mundo seria um lugar muito mais agradável de se viver. Agora , para chegar a este nível , como posso mudar o meu comportamento ? O que preciso fazer para tornar-me mais amoroso ? Com demasiada freqüência a resposta da religião tradicional parece ser apenas : esforce-se mais.
Na religião tradicional , segundo as palavras de Carl Jung : “Todos os esforços são feitos para ensinar crenças ou condutas idealistas às quais as pessoas sabem em seus corações que jamais poderão corresponder , e esses ideais são pregados por pessoas que sabem que eles mesmos nunca corresponderam , e nunca corresponderão , a esses elevados padrões. E mais : ninguém jamais questiona o valor desse tipo de ensinamento.”
As respostas da religião tradicional têm sido tão decepcionantes que muitas pessoas que antes teriam consultado um clérigo agora consultam um psicoterapeuta. A moderna Psicologia tem sido bem-sucedida ao tratar o problema do mal ?
Um artigo sobre Abraham Maslow , o pai da psicologia humana , afirma : “Ao final da sua vida , Maslow estava lidando com a natureza da maldade humana. Ele expressou apreensão quanto à incapacidade da Psicologia Humanista e transpessoal em assimilar o nosso lado “escuro” em uma teoria abrangente da natureza humana. O próprio Maslow considerava esse tema preocupante e , na ocasião de sua morte , não havia chegado a qualquer conclusão final sobre ele. Na verdade, tudo se resume em acessar seu autoconhecimento.
AUTOCONHECIMENTO
“Um homem e uma mulher tem muitas peles , cobrindo as profundezas do seu coração. O homem conhece muitas , muitas coisas : ele não conhece a si mesmo. Ora , trinta ou quarenta peles ou couros , como que de boi ou urso , muito espessas e duras , cobrem a alma. Entre no seu próprio território e aprenda a conhecer-se lá.”
Meister Eckhart
“É com freqüência trágico ver o quão evidentemente um homem ou uma mulher estraga a própria vida e a vida de outros e , ainda assim , permanece totalmente incapaz de ver que toda a tragédia tem origem nele mesmo e como ele continuamente a alimenta e a mantém em curso. Não conscientemente , é claro – pois conscientemente ele está engajado em lamentar um mundo pérfido que se perde cada vez mais na distância. Antes é um fator inconsciente que tece as ilusões que vela o seu mundo.”
Carl Jung
Todos nós procuramos a felicidade , por isso notamos que ela é algo pelo qual todos nós ansiamos , ao mesmo tempo em que tendemos a culpar circunstâncias externas por quaisquer sentimentos de infelicidade que possamos ter.
O indivíduo espiritualmente imaturo pensa que a felicidade tem que ser criada primeiro no nível exterior , pois as circunstâncias exteriores , que não são necessariamente produzidas por ele , devem atender os seus desejos e quando isso for alcançado , a felicidade se evidenciará. Os que estão amadurecidos espiritualmente sabem que se dá exatamente o contrário. E também : a felicidade não depende de circunstâncias exteriores ou de outras pessoas , não importa quão convencida esteja a pessoa espiritualmente imatura desta falácia. A pessoa espiritualmente madura sabe disso. Sabe que ela mesma é a única responsável por sua felicidade ou infelicidade. Ela sabe que é capaz de criar uma vida feliz , primeiro dentro de si mesma , mas então , inevitavelmente , também na vida externa.
Não se exige que a pessoa acredite nisso que falamos. Mas é preciso que pelo menos tenha a mente aberta para a possibilidade de que isso possa ser verdade. Em relação a essa idéia , bem como em relação a muitas outras que se seguirão , nós somos instados a pôr de lado velhas certezas e a abrir nossas mentes para novas possibilidades.
Este caminho , não requer que acreditemos em quaisquer dogmas específicos ou que sejamos adeptos de algum credo. Antes , são nos dadas idéias e métodos para que os trabalhemos com eles e os ponhamos em prática. Caso os métodos funcionem , nós o saberemos pelos resultados. Se as idéias derem frutos , se nos auxiliarem a compreender melhor a nós mesmos e a viver de forma mais feliz e produtiva , então elas se tornarão verdadeiramente nossas ; elas serão conhecidas e não apenas artigos de crença.
E o autoconhecimento é de inestimável valor. Então , por que ele é tão difícil de alcançar ? Talvez porque ninguém goste de ouvir verdades desagradáveis e pouco lisonjeiras a seu respeito , verdades que são , no entanto , as mais importantes que possamos conhecer. Por isso , é necessário que conheçamos todas aquelas partes de nós mesmos que insistimos em negligenciar e esquecer.
Na psicologia jungiana o termo “sombra” é empregado para descrever aquela parte de nós que preferimos não carregar em nossa mente consciente , que empurramos para a escuridão e esperamos esquecer. É o chamado Eu inferior. E ocultando este Eu inferior existe uma Máscara, uma auto-imagem idealizada , uma representação glorificada de quem achamos que deveríamos ser , e que tentamos fingir que somos.
Então basicamente, vamos ter que aprender como penetrar a Máscara e então em como tornar-se consciente do Eu Inferior que se oculta sob ela ; isso porque são essas duas camadas da personalidade que escondem o Eu Superior - aquela centelha de divindade interior que se encontra no âmago de cada um de nós. Portanto , vamos sondar destemidamente aquelas partes de nós mesmos que mais desejamos esconder para que se forneçam ferramentas práticas para a realização deste trabalho. Primeiro aprendemos a enxergar e avaliar as nossas atividades e emoções cotidianas – material que é totalmente consciente e que apenas aguarda que voltemos para ele a nossa atenção integral. Então aprendemos como detectar os nossos pensamentos , sentimentos e atitudes subconscientes. Coisas impressionantes serão descobertas : você ficará surpreso.
Mas o que é a felicidade ? Se você perguntar a pessoas diferentes , receberá diferentes respostas.
Os espiritualmente imaturos , após pensar por algum tempo , dirão , talvez , que se obtivessem esta ou aquela satisfação ou tivessem uma preocupação eliminada , seriam felizes. Em outras palavras , para eles felicidade significa que certos desejos sejam satisfeitos.
Mesmo que esses desejos se tornassem realidade , porém , tais pessoas não seriam felizes. Elas ainda sentiriam lá no fundo uma certa inquietude. Por quê ? Porque a felicidade não depende de circunstâncias exteriores ou de outras pessoas , não importa quão convencida esteja a pessoa espiritualmente imatura dessa falácia.
A pessoa espiritualmente madura sabe disso. Sabe que ela mesma é a única responsável por sua felicidade ou infelicidade. Ela sabe que é capaz de criar uma vida feliz , primeiro dentro de si mesma , e então , inevitavelmente , também na vida exterior. O indivíduo espiritualmente imaturo pensa que a felicidade tem que ser criada primeiro no nível exterior , pois as circunstâncias externas , que não são necessariamente produzidas por ele , devem atender plenamente os seus desejos e , que quando isso for alcançado , a felicidade se seguirá. Os que se encontram amadurecidos espiritualmente sabem que se dá exatamente o contrário.
Muitas pessoas não querem reconhecer essa verdade. É mais fácil culpar o destino , a injustiça do destino ou das forças superiores , ou ainda as circunstâncias causadas por outras pessoas , do que ser responsável por si mesmo. É mais fácil sentir-se vítima. Dessa forma , não é preciso examinar , por vezes muito profundamente e com o máximo de honestidade , o próprio interior.
Ainda assim a grande verdade é : a felicidade está em nossas próprias mãos. Está em seu poder encontrar a felicidade. Você pode perguntar , “o que devo fazer ?” Mas vejamos primeiro o que significa felicidade no sentido espiritualmente maduro. Ela significa simplesmente : o Criador.
Muitas pessoas , com toda sinceridade , esforçam-se para encontrar o Criador. Contudo , caso lhes perguntassem o que exatamente querem dizer com isso , como imaginam que aconteça , seria difícil para elas dar uma resposta significativa. Porém , naturalmente , existe esse desejo de “encontrar o Criador”. Na verdade é um processo bastante concreto , não existindo nada nebuloso , irreal ou ilusório a respeito Dele.
Encontrar o Criador quer dizer encontrar o Eu Verdadeiro. Se encontra a si mesmo em algum grau , você está em relativa harmonia , percebendo e compreendendo as leis do Universo. Você é capaz de relacionar-se , de amar e de experimentar alegria. É realmente responsável por si mesmo. Você tem a integridade e a coragem para ser você mesmo , mesmo ao preço de abrir mão da aprovação dos outros. Tudo isso significa que você encontrou o Criador – não importa o nome pelo qual esse processo possa ser designado. Ele também pode ser denominado de retorno da auto-alienação.
O único modo de achar a felicidade é encontrando o Criador , e ela pode ser achada aqui e agora mesmo. “Como ?” , você poderia perguntar. Com muita freqüência as pessoas imaginam que o Criador está incomensuravelmente distante do Universo , e é impossível de se alcançar. Isso está longe de ser verdade. O Universo inteiro está no interior de cada pessoa ; cada criatura viva tem uma parte do Criador dentro de si. O único modo de alcançar essa parte divina lá dentro é pelo caminho íngreme e estreito do autodesenvolvimento. O objetivo é a perfeição. A base para isso é conhecer-se a si mesmo.
Conhecer-se a si mesmo é realmente difícil , pois significa encarar muitas características pouco lisonjeiras. Significa uma busca contínua , infinita : “O que sou ? O que realmente significam minhas reações – e não apenas os meus atos e pensamentos ? Será que as minhas ações são apoiadas pelos meus sentimentos , ou será que eu tenho motivos por trás dessas ações que não correspondem ao que eu gosto de acreditar a meu próprio respeito ou ao que eu gosto que as outras pessoas acreditem ? Tenho sido honesto para comigo mesmo até aqui ? Quais são os meus erros ?”.
Embora alguns de vocês possam conhecer suas fraquezas , a maioria das pessoas ignora uma boa parte delas , e isso é um grande obstáculo , mesmo para aqueles que atingiram uma certa altura neste caminho ascendente. Você não pode superar aquilo que não conhece. Cada defeito não é nada mais e nada menos que uma corrente que o prende. Pelo abandono de cada imperfeição você rompe uma cadeia e assim torna-se mais livre e mais próximo da felicidade. A felicidade é o destino de cada indivíduo , mas ela é impossível de obter sem que sejam eliminadas as causas da sua infelicidade , que são os seus defeitos – bem como qualquer tendência que viole uma lei espiritual.
Você pode descobrir o quanto avançou neste caminho pela revisão da sua vida e dos seus problemas. Você é feliz ? O que está faltando na sua vida ? Na medida em que a infelicidade ou descontentamento exista na sua vida , nessa mesma medida você terá preenchido o seu potencial.
Para aqueles que realmente se realizam haverá um contentamento profundo e cheio de paz , segurança e uma sensação de plenitude. Caso isso esteja faltando na sua vida , você não está completamente no caminho certo , ou ainda não alcançou a liberação que necessariamente se experimenta depois que as dificuldades iniciais são superadas.
Só você saberá a resposta , só você saberá em que ponto se encontra. Ninguém mais pode ou poderia responder a essa pergunta para você. Se você estiver no caminho certo , contudo , e tiver aquele profundo sentimento de satisfação e realização , e ainda assim existirem problemas exteriores na sua vida , isso não deve desencorajá-lo. A razão é que a forma externa do conflito interior no qual você está trabalhando não pode ser dissolvida tão rapidamente.
Quanto mais você dirige as correntes internas da alma para os canais corretos , mais as formas exteriores correspondentes mudarão , de forma gradual porém segura. Até que esse processo seja completamente efetuado , o problema externo não pode dissolver-se automaticamente. A impaciência só pode atrapalhar. Se estiver no caminho certo , você viverá e sentirá a grande realidade do mundo do Criador na sua vida diária. Ele se tornará tão real , se não mais , quanto o seu ambiente humano ; não será mais uma teoria , um mero conhecimento intelectual. Você viverá nesse mundo e sentirá o seu efeito.
EU SUPERIOR , EU INFERIOR E MÁSCARA
Todos aqui sabem que possuem não apenas um corpo físico , mas também vários corpos sutis , cada um representando algo diferente. Os seus pensamentos têm formas espirituais definidas e tais formas são criadas não apenas por pensamentos , mas também por sentimentos , uma vez que um sentimento é na verdade “um pensamento não pensado” , não tornado ainda consciente. Embora o pensamento crie uma forma diferente daquela de um sentimento , não obstante ambos criam formas muito definidas e substanciais. Cada corpo sutil , de modo idêntico ao corpo físico , tem uma aura : a vibração e emanação daquele corpo. Tais formas realmente existem no espírito . Todas elas lutam e se modificam , uma vez que tudo no espírito está em perpétuo movimento.
A aura do corpo físico mostra saúde ou doença física e todas as demais condições do ser físico. As reações emocionais , intelectuais ou espirituais aparecem na aura dos respectivos corpos sutis.
Cada ser humano tem um Eu Superior ou centelha divina. É ele o mais refinado e mais radiante dos corpos sutis , com a mais alta freqüência de vibração , pois , quanto mais elevado o desenvolvimento espiritual , mais rápida a vibração. O Eu Superior cercou-se lenta e gradualmente de várias camadas de matéria mais densa que ele mesmo. Assim passou a existir o Eu inferior.
O objetivo do desenvolvimento espiritual é dominar o Eu inferior de forma que o Eu Superior fique novamente livre de todas as camadas externas que adquiriu. Você será capaz de sentir em sua própria vida com muita felicidade , em si mesmo e nos outros , que certas partes do Eu Superior já se encontram livres , enquanto outras partes continuam ocultas. O quanto está livre ou encoberto e o quão escondido está depende do desenvolvimento geral da pessoa. O Eu inferior consiste não apenas nas falhas comuns e nas fraquezas individuais que variam de pessoa para pessoa , mas também na ignorância e na indolência. Ele odeia mudar e dominar-se ; ele tem uma vontade muito forte que nem sempre pode manifestar-se externamente e quer conseguir o que quer sem pagar o preço. É muito orgulhoso e egoísta e sempre tem muita vaidade pessoal. Todas essas características são geralmente parte do Eu inferior , independentemente de outros defeitos individuais.
Nós podemos determinar muito bem quais as formas-pensamento que provêm do Eu Superior e quais têm origem no Eu inferior. Podemos também determinar quais tendências , desejos e esforços do Eu Superior podem estar mesclados com tendências do Eu inferior.
Quando mensagens do Eu Superior são contaminadas por motivos do Eu inferior cria-se uma desordem na alma que torna o seu possuidor emocionalmente enfermo. Por exemplo , uma pessoa pode querer algo egoísta , mas por não querer admitir interiormente que isso é egoísmo , ela começa a racionalizar tal desejo e a enganar-se a si mesma. Podemos ver esse tipo comum de engano nos seres humanos porque as formas do Eu Superior têm um caráter totalmente diferente daquela do Eu inferior.
Existe outra camada que , infelizmente , ainda não é suficientemente reconhecida entre os seres humanos em todo o seu significado , a qual eu poderia denominar a Máscara. Essa Máscara é criada da seguinte maneira : você reconhece que pode entrar em conflito com o seu ambiente cedendo aos desejos do Eu inferior ; não obstante , você pode não estar pronto para pagar o preço de eliminar o Eu inferior. Isso significaria , antes de tudo , ter que encará-lo como ele realmente é , com todos os seus motivos e impulsos , uma vez que você só pode vencer aquilo de que tem total consciência. Isso significa tomar o caminho estreito , o caminho espiritual. Muitas pessoas não querem pensar nisso profundamente ; em lugar disso elas reagem emocionalmente sem pensar em como os seus Eus inferiores podem estar envolvidos em suas reações. A mente subconsciente sente que é necessário apresentar um quadro diferente de personalidade para o mundo a fim de evitar certas dificuldades , coisas desagradáveis ou desvantagens de todos os tipos. Assim as pessoas criam uma nova camada do eu que não tem nada a ver com a realidade , nem com a do Eu Superior nem com a realidade temporária do Eu inferior. Essa Máscara superposta é o que se poderia chamar de uma farsa ; ela é irreal.
Voltarei ao exemplo acima. O Eu inferior ordena à pessoa que seja impiedosa em relação a um desejo egoísta. Não é difícil para ninguém , mesmo da mais limitada inteligência , perceber que cedendo a esse desejo ela será rejeitada ou perderá a afeição dos outros , um resultado que ninguém deseja. Em lugar de superar o egoísmo pelo lento processo de desenvolvimento , tal pessoa frequentemente age como se já não fosse egoísta. Mas ela o é , na verdade , e sente o seu egoísmo. A sua concessão à opinião pública e a sua generosidade são apenas uma farsa , não correspondendo absolutamente aos seus reais sentimentos. Em outras palavras , a ação correta , neste caso , carece inteiramente do suporte dos sentimentos inferiores que não foram purificados , e portanto essa pessoa enfrenta uma guerra interior. A ação adequada torna-se uma ato de compulsão necessária , e não uma livre escolha. Uma bondade imposta como essa não tem valor. Ao mesmo tempo em que a pessoa dá algo , ela pode odiar a idéia de fazê-lo. Tal pessoa é não apenas egoísta no seu íntimo , por uma convicção interior , mas é também falsa para com a sua natureza , violando a sua realidade e vivendo em mentira.
Eu não estou de modo algum sugerindo que é aconselhável que se ceda à natureza inferior ; deve-se antes lutar por esclarecimento e fazer-se um esforço de desenvolvimento para purificar os sentimentos e os desejos. Mas se isso não foi ainda obtido , pelo menos não se deve enganar a si mesmo. A pessoa deve ter , quando nada , uma visão clara e verdadeira da discrepância existente entre seus sentimentos e suas ações. Desse modo , Máscara alguma pode formar-se.
DEIXANDO DE ENGANAR A SI MESMO
Contudo , o mais freqüente é que essa pessoa tente crer no seu próprio altruísmo e, desse modo , iluda-se a si mesma em relação aos seus verdadeiros sentimentos e motivos , ocultando-os e se recusando a vê-los. Após algum tempo a raiz malsã aprofunda-se no subconsciente , onde vai fermentar e criar formas que provocarão seus efeitos e que não podem ser eliminadas , posto que a pessoa não tem consciência delas. O exemplo do egoísmo é apenas um caso ; existem muitos outros traços e tendências que sofrem o mesmo processo.
Quando as pessoas se encontram emocionalmente enfermas isso é sempre um sinal de que , de um modo ou de outro , foi criada uma Máscara. Elas não percebem que estão vivendo uma mentira , tendo construído uma camada de trivialidade que nada tem a ver com o seu verdadeiro ser. Como conseqüência , elas não estão sendo fiéis à sua personalidade real. Como eu já disse , ser verdadeiro para consigo mesmo não quer dizer que você deva ceder ao seu Eu inferior , mas sim que deve ter consciência dele. Não se iluda caso ainda aja segundo a necessidade de proteger-se e não em razão de uma visão esclarecida e de uma convicção íntima. Tenha consciência de que os seus sentimentos ainda não foram purificados neste ou naquele aspecto. Assim você tem uma boa base para começar. Será mais fácil para você encarar-se dessa maneira quando perceber que sob as camadas do Eu inferior vive o seu Eu Superior , a sua realidade última e absoluta , que você , no devido tempo , vai alcançar. E para alcançá-lo é preciso , em primeiro lugar , pôr-se face a face com o Eu inferior , a sua realidade temporária , em lugar de encobri-lo , ou seja , o seu próprio Eu Superior. Para encarar o Eu inferior você deve , a todo custo , demolir a Máscara. Você pode vir a fazê-lo quando visualizar os três “eus” que discuto aqui.
Mentir para si mesmo e não pensar sequer sobre as próprias emoções e verdadeiros motivos , mas apenas permitir , sem pensar , que as emoções o dominem pode às vezes parecer adequado , mas não é. A pessoa que quer ter felicidade , saúde e paz interior , para que realmente viva em plenitude esta vida presente e esteja em harmonia com o Criador e, assim , com o seu Eu Interior , precisa achar a resposta , de uma vez por todas , para as seguintes questões : Qual o meu Verdadeiro Eu ? O que é o meu Eu Inferior ? Onde pode existir uma Máscara , uma falsidade ?
É importante que todos vocês treinem o seu olho interior para ver a si mesmos e aos outros seres humanos desse ponto de vista. Quanto mais se tornarem espiritualmente despertos , mais fácil será para vocês perceberem a si mesmos e aos outros com exatidão. Quando entrarem em contato com o Eu Superior , uma vez que a sua intuição tenha despertado por meio do seu desenvolvimento espiritual pessoal , vocês sentirão uma clara diferença entre a Máscara e o Eu Superior ; sentirão a desagradável manifestação da Máscara , principalmente das suas próprias , não importa o quão agradável elas possam parecer.
O que resta então para ser feito é penetrar também as camadas inconscientes da personalidade com essas verdades , de forma que toda a resistência seja superada.
Se você quer trilhar este caminho e obter a cura das suas enfermidades emocionais , é importante que compreenda tudo isso. Você tem que encara o Eu inferior que existe em cada ser humano , mas também saber que esse Eu inferior não é o “Eu” final ou verdadeiro. O Eu Superior , que é perfeição , esperando para crescer e ultrapassar essas camadas de imperfeição , é o VERDADEIRO EU.
Excelente artigo Maori.
ResponderExcluirEm unidade,
Ana.
Maori,
ResponderExcluirBom dia!
Artigo muito bom, eu penso da mesma forma, talvez de um jeito mais simples........
Não me aprofundo em tantos estudos....
Quando me perguntam qual o maior mal da humanidade, eu responde com convicção: "a ignorância". A ignorância de si mesmo, faz com o ser humano se volte contra a humanidade, buscando o que ele próprio pode criar em sua vida, se ele se conhecesse melhor......
A ignorância nos torna escravo da ilusão, e a ilusão, como diz tantos grandes Mestres, distorce a realidade, nos afastando de grandes verdades .........Meu Mestre, sempre dizia, esse é um mundo de sonho, porque é um mundo de ilusão..........e tudo isso é causado pela ignorância.....
Muito bom seu artigo.......
Grande Abraço e bom trabalho em prol da humanidade.......
Ana
Maori, gostei muito da frase que voce escreveu no começo, falando que quando entendemos o porque o mal é o mal nao rejeitamos mais ele, eu percebi isso a um tempo, agora eu consigo lidar melhor com pensamentos, desejos e sentimentos que eu tenho, antes eu tentava negar, e criar desculpas pra mim mesmo e pros outros sobre parte de mim que eu nao queria aceitar. Agora tudo ficou mais claro e eu tenho estado bem melhor comigo mesmo, ainda tenho muita coisa pra trabalhar mas sinto que perceber isso foi o que alavancou muitas mudanças. Um otimo texto mesmo, quem dera todas pessoas estivessem prontas pra entender isso.
ResponderExcluirMuito obrigado e abração.
Bom dia MAORI!
ResponderExcluirO EU superior ou Centelha Divina, se mantém elevado de acordo com nossa faixa vibratória.
E nosso desenvolvimento espiritual, eleva nossa vibração, dominando nosso EU inferior.
EU SOU LUZ!
Namastê!!!