quarta-feira, 23 de maio de 2012

APEGO À NEGATIVIDADE













O indivíduo que quer ter uma resposta para o problema do mal , tal como ele se apresenta hoje em dia, precisa , acima de tudo , de autoconhecimento ; quer dizer , do conhecimento mais absoluto  possível da sua própria totalidade. Ele deve conhecer profundamente quanto bem ele pode fazer e que crimes é capaz , e deve ficar alerta para não considerar uma coisa como real e a outra como  ilusão. Ambas são elementos dentro da sua natureza e ambas devem vir à luz nele , caso queira – como deveria – viver sem se enganar ou se iludir.

Não há dúvida de que essa idéia de mentalidade sadia é inadequada como doutrina filosófica , porque os fatos maléficos que ela categoricamente se recusa a explicar são uma porção genuína da realidade ; e eles podem ser , no fim das contas , a melhor chave para a compreensão do significado da vida e ,  possivelmente ,  os únicos que podem abrir os nossos olhos para os níveis mais profundos da verdade.

Este artigo  concentra-se mais de perto no nosso mal ou ignorância enquanto fonte de toda a nossa infelicidade.

Não é fácil encarar o nosso próprio mal. Fazê-lo requer grande coragem e também grande compaixão em relação a nós mesmos. Você pode ser tentado , em  algum ponto no decorrer deste artigo , a abandonar a sua leitura e não voltar mais a ele.

Existe , também , um estado no qual você pode viver sem confusões dolorosas e torturantes , no qual você pode atuar num nível de flexibilidade interior , de contentamento e segurança ; no qual você é capaz de sentimentos profundos e de enorme prazer ; no qual você tem a capacidade de encarar a vida como ela é , sem medo , e portanto é capaz de descobrir que a vida , mesmo com os seus problemas , é um desafio prazeroso.

Muitos caminhos espirituais ensinam que a maneira de lidar com as grandes e pequenas negatividades que todos nós temos é elevar-se acima delas ,  transcendê-las. Segundo essa idéia , parece que , se voltarmos sempre a nossa atenção para o verdadeiro , para o bom , para o belo ,o eu inferior vai se desfazer. Este artigo afirma que o método de “elevação” não funciona ; que ele representa um desejo ineficaz e uma negação , e conduz a repressão e a uma subseqüente ação negativa não reconhecida. O artigo ensina que o eu inferior deve ser transformado e não transcendido.

Existe uma “corrente de negação” inconsciente que sabota os nossos desejos conscientes ; descreve os desequilíbrios entre o ego e o Eu Superior e o modo como eles precisam ser corrigidos ; mostra como a postura de se entorpecer em relação à dor é uma das principais causas da negatividade pessoal ; e como o fato de termos aprendido a ligar o princípio de prazer a ocorrências negativas perpetua o eu inferior.


COMO DESCOBRIR O “NÃO” INCONSCIENTE

O Universo , até um certo grau de desenvolvimento ou consciência , consiste em duas correntes fundamentais: uma corrente afirmativa e uma de negação. A corrente afirmativa inclui toda a energia construtiva ,  porque concorda com a visão verdadeira , que não pode senão gerar amor e unidade. A da negação é destrutiva , porque se desvia inadvertidamente da verdade , causando assim ódio e desunião. Essa explicação geral aplica-se tanto à sua vida diária individual quanto a grandes conceitos da História da Criação. É fácil e absolutamente possível detectar as correntes afirmativas e de negação dentro de você mesmo , em sua vida diária , caso aprenda a entender e a interpretar a linguagem do seu inconsciente pessoal. É necessária uma certa técnica para fazê-lo , a mesma requerida para aprender qualquer outra linguagem.

A corrente afirmativa é com freqüência a mais notável das duas , porque é majoritariamente consciente. Sempre que você se vê perturbado por causa de uma insatisfação persistente , você pode estar certo de que ambas as correntes devem estar atuando fortemente , pondo assim os freios em ação. Conscientemente , a corrente afirmativa é mais forte e bloqueia a corrente de negação inconsciente. Quanto mais esta última é esmagada com a idéia errada de que isso a elimina ,  mais ela é forçada para o subterrâneo , onde continua a atuar. E quanto mais isso acontece , mais urgente e frenética se torna a corrente afirmativa. Essas correntes empurram a personalidade em duas direções diferentes , criando tensão e pressão cada vez mais fortes. A maneira de eliminar esse curto-circuito é descobrir a corrente de negação e compreender as suas premissas e assim gradualmente abandonar a crença na necessidade de sua existência.

Nessas áreas da sua vida , onde as coisas seguem com facilidade , nas quais você parece ter sorte , onde na maior parte do tempo você está satisfeito e sem crises problemáticas e confusas , você pode ter a certeza de que existe muito pouca corrente de negação e de que a corrente de afirmação predomina sem uma subcorrente contraditória oculta. Em outras palavras , corrente afirmativa não é apenas a atitude superficial , mas é também a atitude de todo o seu ser , indiviso e de acordo com a realidade. Você não está dividido em motivação e desejo.


MUDANÇA ATRAVÉS DA DETECÇÃO DA CORRENTE DE NEGAÇÃO

Mas nessas áreas em que você é repetidamente “azarado” , a corrente de negação está certamente em ação , de uma forma ou de outra. Naturalmente que as razões podem variar de um indivíduo para outro , mas as causas subjacentes têm que ser claramente definidas para que sejam desativadas. A maioria de vocês já começou já começou a detectá-las , pelo menos em parte.

Qualquer meta que você não consiga atingir é prova de que uma corrente de negação não detectada está atuando. Não é suficiente ter conseguido a compreensão das suas imagens e concepções errôneas , nem de como por que elas vieram a existir nas circunstâncias particulares da sua infância. Por mais importante que seja esse trabalho , ele é apenas um passo. A única maneira de produzir mudança é através da identificação da maneira como a corrente de negação contínua a funcionar , impedindo mesmo a mudança tão ardentemente buscada pela corrente afirmativa.

Presumamos que você deseje uma certa realização na sua vida , da qual você tem sentido falta até agora. Você pode ter percebido um forte desejo por essa realização e descobriu certas concepções errôneas , falsas culpas e atitudes destrutivas que impedem essa satisfação. Você pode até ter descoberto um medo da realização em si e , consequentemente , uma sutil atitude de rejeição em relação a ela. O medo pode estar baseado numa premissa inteiramente ilusória sendo , portanto , desnecessário. Ele pode dever-se ao desejo infantil de não querer pagar o preço exigido por essa realização. Pode ser um sentimento de não merecer essa felicidade , ou várias outras razões , ou uma combinação de todas elas. Quaisquer que elas sejam , você descobriu em essência o que se encontra no seu caminho.

Você pode experimentar essa descoberta como um núcleo instantâneo , por assim dizer , como um pacote de perturbação. Mas, embora raramente , ocorre que esse pacote continua a enviar à superfície as suas expressões apesar de ter sido detectado. E é essa a parte importante do trabalho , sem a qual a verdadeira libertação não pode ser alcançada.

Em vista de tudo isso , é preciso renovar os seus esforços na detecção diária do funcionamento da corrente de negação. Suas manifestações podem ser muitos sutis , difusas e quase que esquivas demais para que sejam percebidas. Mas se você se dispuser a fazê-lo , o que antes era tão nebuloso a ponto de ser quase impossível de formular , tornar-se-á óbvio , destacando-se num claro contorno. Você vai descobrir como você recua levemente diante do pensamento da sua realização sempre que ela se aproxima da realidade. Você pode perceber um vago sentimento de desconforto familiar que costuma pôr de lado , quando pensa sobre esse objetivo. Será um sentimento de medo ou falsa culpa , de que você não merece ? O que quer que seja , tente tomar essas impressões vagas , nebulosas , e questioná-las à luz da consciência. Examine a fantasia distante quando , aparentemente , apenas a corrente afirmativa está a ação. Você quer o impossível nessa fantasia , no sentido de que não leva em consideração as imperfeições humanas de todos os envolvidos ? Ou pode ser que você sinta sutilmente que a vida deveria provê-lo com a realização ideal sem necessidade de mudança , de ajuste e renúncia da sua parte ? Essa atitude predominante pode ser extremamente sutil e exigir todo o seu discernimento para descobri-la. Quando isso acontecer ,você terá achado uma razão para a existência da corrente de negação.

Quando se der conta da corrente de negação constantemente atuante , mesmo antes de compreender totalmente a sua presença , você encontrará alívio para a desesperança e a saída estará à vista. Você vai entender por que sua vida não mudou apesar de muitos reconhecimentos de imagens e lições da infância. Você localizará agora os sentimentos destrutivos a serviço da corrente de negação : medo , culpa , raiva , frustração , hostilidade , etc. Esses sentimentos continuam a arder , encobertos , mas eles podem ser camuflados habilidosamente , explicados e afastados por provocações aparentemente reais e projetados sobre os outros de forma “bem-sucedida”.Descobrir todos esses mecanismos é aprender a linguagem do inconsciente.

Vamos agora ser mais específicos sobre a detecção de uma de negação. Você pode ter a certeza de que ela existe se a frustração continua presente na sua vida , apesar da descoberta de imagens relevantes.

Você também pode estar certo da sua existência se está desesperado na sua corrente afirmativa; se você teme que a realização nunca chegue ; se crê que a sua vida é sombria sem ela. Depois de ter determinado dessa forma a existência da corrente de negação , agora é uma questão de experimentá-la  - não apenas uma vez , mas sempre que ela estiver em ação.

Para ficar mais agudamente consciente de sua existência , a prática da revisão diária , como vocês aprenderam , é imensamente útil e tem que ser aplicada nessa direção. A observação e o questionamento das suas reações emocionais têm de estender-se em amplitude e profundidade no caminho , em lugar de diminuir. Caso você progrida na direção certa , você agora observará mais , e não menos – ao contrário da idéia equivocada de que haverá menos para ver por causa do seu avanço. O escrutínio cuidadoso é um pré-requisito prioritário.

Para observar  produtivamente o que o inconsciente expressa , é importante separar a parte saudável que existe em você daquela que não é sadia , que está confusa , comprometida. Essa observação desapegada de algo obscuro e estranho é o procedimento com maior poder de cura de libertação. Quando a sua corrente afirmativa observa a corrente de negação sem auto-acusações frenéticas , torna-se possível traduzir a última em linguagem humana concisa. A formulação concisa de sentimentos vagos é de valor inestimável.


OBSERVE OS PENSAMENTOS SEMICONSCIENTES

Você está erroneamente convencido de que conhecer o que ocorre no seu inconsciente significa simplesmente encontrar elementos até então desconhecidos. Você não tem que esperar por algo distante e completamente oculto. Primeiro observe aquelas camadas que são facilmente acessíveis quando a sua atenção é focalizada sobre elas. Esses são os pensamentos semiconscientes , as atitudes e expressões vagas e difusas que são quase uma segunda natureza e portanto são quase desconsideradas porque se tornaram uma parte de você. Mas nenhum dos sentimentos , reações e conceitos semiconscientes são claramente formulados em pensamentos concisos. Se observar essas reações semiconscientes em áreas problemáticas da sua vida , você entenderá tudo o que precisa sobre si mesmo. Essa é uma parte vital do aprendizado da linguagem do seu inconsciente.

O material semiconsciente inclui as reações emocionais , bem como a sua via de fantasia. A comparação dessas duas com freqüência demonstra as suas discrepâncias e contradições , assim como as suas expectativas imaturas.

Quanto mais claramente você percebe a maneira como se afasta ou se retira da própria realização pela qual anseia – vendo tal fato em ação repetidas vezes - , mais você se aproxima da eliminação da corrente de negação. Você a enfraquece somente pelo fato de a colocar sob observação.

É essencial que você preste mais atenção à corrente de negação na sua forma exata. Um certo tipo de meditação pode ajudar. Fique muito quieto e relaxado e comece por observar o processo do seu pensamento , e mesmo a sua incapacidade inicial para fazê-lo. Isso com o tempo conduz à habilidade de afastar os pensamentos por um curto período e tornar-se absolutamente vazio. No vazio é possível a emergência do material até aqui sufocado e reprimido , caso você expresse esse propósito e o deseje com força suficiente , sem fugir do esforço para atingir seu objetivo. Embora difícil no princípio , esse esforço , após algum tempo , vai estabelecer um canal para uma parte de você com a qual o contato não era possível e , então , torna-se capaz de contatar de contatar os elementos construtivos , profundamente escondidos no seu interior.

Seu inconsciente fala continuamente. Ele fala sem que você o ouça ; portanto , você não se comunica com ele e , assim , perde uma parte muito importante do seu trabalho. Você muitas vezes busca uma compreensão intelectual das concepções errôneas , desconsiderando assim o fluxo constante da corrente de negação e de como ela funciona. Isso deve se tornar uma tarefa para você , com ênfase nas suas auto-observações. Se você devotar um pouco de tempo todos os dias para essa questão importantíssima ,os resultados serão maravilhosos.

1.    Pergunte-se : Qual o meu objetivo agora ? Por que estou insatisfeito ? O que eu gostaria que fosse diferente ?

2.    O quanto eu quero ?

3.    Até que ponto existe algo em mim que não quero , ou que eu temo ; ou ao que , por uma razão ou por outra , digo não ?

4.    Como posso detectar as várias formas e manifestações da corrente de negação na minha vida diária ?

Se você formular essas quatro perguntas e começar a respondê-las verdadeiramente , seu trabalho aqui será o mais dinâmico possível e o seu progresso irá espantá-lo e dar-lhe prazer.



SHAUMBRA e NAMASTÊ !!!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

SOBRE A OBJETIVIDADE E A SUBJETIVIDADE NOS RELACIONAMENTOS













Mencionamos em algumas ocasiões a questão da objetividade e da subjetividade. Agora , vamos analisar esse tema mais pormenorizadamente ,  pois a objetividade é essencial para o ser humano livre e harmonioso e para o relacionamento harmonioso. Quanto mais impuros e desarmônicos vocês forem , menos objetivos serão. Objetividade significa verdade. Subjetividade significa verdade matizada , meia-verdade no melhor dos casos , inverdade total em muitos casos. Diferentemente da mentira consciente , a subjetividade resulta em inverdade inconsciente ou não-intencional. Tudo isso emana do nível emocional de uma pessoa.

No começo do trabalho de purificação , vocês descobrirão a inverdade que existe nas profundezas da alma. Depois de desalojar a inverdade , vocês serão capazes de plantar a verdade. Só um rigoroso exame de si mesmo tornará possíveis essas descobertas e a mudança resultante. Este artigo apresenta mais um ângulo para encarar os relacionamentos em geral e vocês em particular , ajudando a dar mais um passo à frente.

Vamos primeiramente considerar um fenômeno comum : o que vocês consideram um grave defeito nos outros ,  muitas vezes deixam de ver em si mesmos. Não faz diferença se o defeito é exatamente igual ou ligeiramente diferente. A objeção aos defeitos observados nos outros – em especial no parceiro – pode até ser correta. No entanto , julgar o outro , quando vocês também se afastam do que é certo e bom , representa uma meia-verdade. Além do mais , o defeito do outro pode coexistir com boas qualidades que vocês mesmos não possuem. Assim, o julgamento é matizado , pois a objeção se concentra no ponto fraco , deixando de fora muitas facetas que completariam o quadro.


A CONCENTRAÇÃO NOS DEFEITOS DOS OUTROS

Assim , sempre que julgarem alguém , sempre que se ressentirem de seus defeitos , façam esta pergunta : “Será que eu , talvez de algum modo , não tenho um defeito semelhante ? E a pessoa que estou julgando com tanta severidade não tem algumas boas qualidades que eu não tenho?” Em seguida , pensem nas boas qualidades que os outros têm e vocês não. Não se esqueçam também de perguntar se vocês não têm defeitos que a pessoa a quem julgam não tem. Essa consideração ajudará a avaliar com mais objetividade a raiva causada pelos defeitos dos outros , principalmente do parceiro. E, se por acaso o resultado dessa avaliação mostrar que os seus defeitos são na verdade muito menores e as boas qualidades muito superiores às do outro ,  mais razão ainda haverá para cultivar a tolerância e a compreensão. Agindo assim , vocês estariam de fato num estágio superior de desenvolvimento , que significa , sobretudo , a obrigação de ser compreensivo e capaz de perdoar. Se vocês carecerem dessa capacidade , todas as qualidades superiores não significarão nada ! Mas , se fizerem uma séria tentativa nesse sentido , o seu Eu Superior ajudará a aumentar a objetividade. Assim , vocês sem dúvida terão mais paz , e o que tanto os incomoda deixará de incomodar.

Sempre que vocês se sentem aborrecidos por causa dos defeitos de alguém , existe algo em vocês que também não está correto. Vocês sabem, mas esquecem sempre que surgem oportunidades de auto-avaliação. Não se preocupem com o fato de que  o outro possa estar tão evidentemente errado , muito mais do que vocês. Tentem encontrar o pequeno grão de imperfeição em vocês , em vez de se encontrarem na montanha de defeitos do outro. Pois é o grão doentio de inverdade que rouba a paz , e não montanha de erros do outro !


DUAS MEDIDAS DEFENSIVAS : RIGOR E IDEALIZAÇÃO

Há outra forma de extrema subjetividade que nasce da mesma raiz , embora se manifeste de maneira muito diferente. Muitos seres humanos são muito rigorosos com aqueles que os fazem se sentir não amados e criticados ou , pelo menos , inseguros. Esse rigor é uma forma de defesa. Se vocês estiverem certos do seu valor , não se sentirão inseguros e , portanto desenvolverão uma tolerância natural. Mas a maioria ainda se sente tão insegura que recorre a medidas defensivas falhas. Esse comportamento se enquadra na mesma categoria da idealização cega da pessoa cujo amor lhes dá segurança. Em casos assim , vocês não vêem aquelas mesmas inclinações às quais fazem objeções tão enfáticas em outros indivíduos. Isso também é perigoso , principalmente porque essa tendência se presta extremamente bem a fazer com que vocês se iludam e acreditem que a idealização é amor e tolerância. Vocês tentam se convencer de que são tolerantes e bons quando fecham os olhos aos defeitos do ser amado , porque este os ama. Não , isso não é amar de verdade. O verdadeiro amor vê a realidade. Se vocês estiverem prontos para amar da forma mais madura e vigorosa , não tentarão fechar os olhos aos defeitos do ser amado ; farão exatamente o contrário.

Quem sistematicamente faz vista grossa tem dois motivos. Um é o orgulho : a pessoa escolhida para amar , e que escolheu vocês como objeto de amor , não pode ter defeitos que vocês não considerem aceitáveis. Sim , vocês podem admitir alguns defeitos no outro , como admitem em si mesmos , sabendo que não existe ser humano sem fraquezas. Mas vocês continuam ignorando muitas tendências , acreditando , de forma semiconsciente , que essa atitude é uma prova de amor e de tolerância ; na realidade , ela é motivada pelo orgulho. A segunda razão é que , bem no fundo do coração , vocês se sentem tão inseguros sobre a própria capacidade de amar que precisam de uma versão idealizada do ser amado. O amor não é verdadeiro se vocês se sentirem levados a ver o outro em forma idealizada. Não , é uma fraqueza e , muitas vezes , uma prisão.

O verdadeiro amor , é liberdade. Ele passa pelo teste da verdade ao resistir a esse ponto do desenvolvimento. Quando vocês atingirem esse estágio , serão capazes de ver a pessoa amada como realmente é , e não como gostariam que fosse. Enquanto vocês fecharem os olhos ao verdadeiro aspecto do outro , não serão capazes de amar. De fato , vocês estão cientes dessa incapacidade ,  embora num nível subconsciente , mais ou menos superficial , que estão sempre fechando os olhos ,  receando não poder continuar amando diante da visão da verdade. O orgulho , ou a atual incapacidade de amar de fato , fazem com que vocês passem de um extremo ao outro. Ou se recusam a ver a pessoa próxima e querida como realmente é , ou julgam-na com muita severidade , mesmo que a crítica possa ser justificada. O fato isolado de vocês levantarem objeções pode ser válido , mas não a avaliação da pessoa como um todo, cujas muitas facetas não há forma de conhecer.


COMO EVITAR A CRISE DO DESPERTAR

Quando vocês insistem na cegueira aos defeitos do ser amado , muitas vezes é inevitável que ocorra uma crise ,  um abalo e um doloroso despertar que magoa profundamente. Na verdade , o que decepciona e magoa não é o outro  , mas a cegueira que se torna deliberada. Nessa crise , o que vocês mais ressentem , no fundo , é a cegueira. Evitem essa crise . Se aprenderem a ver e a amar os outros como realmente são , isso é possível.

Nós gostaríamos de dar-lhes a seguinte informação : pensem na pessoa que vocês mais amam no mundo , e em seguida façam uma lista de boas qualidades e de seus defeitos , exatamente como estão fazendo consigo  mesmos. Perguntem , então , a alguns amigos comuns : “Diga-me ,o que você acha ? Estou certo ?  Eu  gostaria de saber a sua opinião sobre as qualidades e os defeitos dessa pessoa , saber se você tem a mesma visão , para que eu possa  verificar se estou ou não sendo objetivo. Faço isso com a finalidade de me desenvolver.” Depois , compare a forma como vocês e outros , que talvez sejam distanciados e objetivos , encaram a mesma pessoa.

Prestem atenção na maneira como vocês reagem ao ouvirem  ver nas pessoas idealizadas. Se vocês ficarem zangados e magoados , isto deve ser sinal de que não foram objetivos , de que têm medo da verdade , muito provavelmente devido aos dois motivos já citados : orgulho e incapacidade de amar as pessoas como realmente são. Caso contrário , vocês manteriam a calma , mesmo que o ser amado fosse acusado de um defeito que não possui. Considerar os defeitos do ser amado pode ser muito saudável para alguns. Vocês verificarão como avaliar as pessoas que amam , e o amor amadurecerá e crescerá em estatura. Assim , vocês sairão do estágio de imaturidade , no qual amam como uma criança assustada que não consegue enxergar a verdade.


DESCOBRIR EM SI MESMO A MENTALIDADE DA CRIANÇA

Já falamos sobre a mentalidade infantil que continua a existir nos equívocos inconscientes. A criança só conhece dois extremos : o que é bom ou o que é mau , a perfeição ou a imperfeição , a onipotência , que promete segurança , ou a fraqueza total , que é preciso evitar. A criança só consegue aceitar a primeira dessas alternativas. Quando ela descobre que os pais adorados têm defeitos e não são onipotentes , ela se afasta deles ou começa a sentir ódio e a ficar tristes , fica decepcionada e desapontada , ou reprime a percepção no inconsciente , com a culpa de ter descoberto algo desprezível nos pais. Essas reações continuam vivas na alma do adulto e matizam suas reações e seus padrões de comportamento ao longo da vida , ou enquanto estas não forem revistas e reavaliadas à luz do julgamento maduro e da realidade. Quando vocês examinam seus relacionamentos atuais desse ponto de vista , o processo a princípio é doloroso , mas não tão mau quanto à resistência inconsciente gostaria que vocês acreditassem. Não dêem ouvidos a esse movimento de resistência. Prossigam na busca da verdade. Podemos garantir que vocês se tornarão pessoas muito mais felizes , livres e seguras.


UM PONTO DE VISTA ABRANGENTE

Pedimos que vocês não digam , sem  pensar , que vêem , sim , os defeitos do ser amado , em especial os do parceiro. É possível que vejam alguns dos defeitos , talvez apenas os que vocês conseguem tolerar , talvez vocês não queiram ver os outros. Assim , vocês não têm  idéia da personalidade total do  outro. O que vêem é um retrato tão distorcido como quando eram radicais e demasiado intolerantes. Nos dois casos , o retrato está fora de foco ; ambos são espelhos que não refletem a realidade. Cada um dos espelhos distorce de forma diferente. Vocês estão apavorados com a verdade porque a emoção da criança – para a qual ver uma verdade desagradável na pessoa amada é intolerável – ainda está viva no seu íntimo , e esse reconhecimento obriga vocês a deixarem de amar. Mas esta não é absolutamente a verdade. Se vocês empreenderem essa busca sabendo que o amor , em vez de enfraquecer , vai se desenvolver e amadurecer ,  poderão superar a resistência à descoberta da realidade.

Vocês precisam saber qual dos dois extremos de subjetividade é mais importante atacar o primeiro. Ambas as alternativas continuam se aplicando a todos vocês , mas uma delas sempre fica em primeiro plano. Comecem concentrando-se nela.

A objetividade também requer coragem. Muitos de vocês ainda são fracos demais para enxergar a verdade nos outros e em si mesmos. Amor maduro significa amar os outros apesar de seus defeitos , conhecendo-os , vendo-os , não fechando os olhos , e baseando-se no bem que já está lá. O amor imaturo significa encarar o outro em termos de ou isto/ou aquilo , embora possivelmente essa atitude já esteja um tanto atenuada devido ao amadurecimento intelectual. Vocês podem admitir determinados defeitos que não violam seus padrões e conceitos pessoais. Julgar severamente as pessoas , como se todos os seres humanos estivessem no mesmo nível de desenvolvimento , é igualmente imaturo. A outra pessoa pode nem mesmo ser menos desenvolvida do que vocês ; pode apenas ter-se desenvolvido em outro aspecto. Portanto , vocês não podem comparar nem julgar. Basta ver. Se não conseguirem ver sem raiva , precisam perceber que essa reação tem a mesma origem do outro extremo , ou seja , vocês não conseguem aceitar a imperfeição e , portanto , continuam emocionalmente infantis. Procurem perceber a incapacidade de amar que ainda existe. Rezem para renunciar às ilusões , à vaidade , ao orgulho. Sobre esta verdade poderá assentar-se o verdadeiro amor.

SHAUMBRA e NAMASTÊ !!!         
          

DUAS MEDIDAS DEFENSIVAS : RIGOR E IDEALIZAÇÃO

Há outra forma de extrema subjetividade que nasce da mesma raiz , embora se manifeste de maneira muito diferente. Muitos seres humanos são muito rigorosos com aqueles que os fazem se sentir não amados e criticados ou , pelo menos , inseguros. Esse rigor é uma forma de defesa. Se vocês estiverem certos do seu valor , não se sentirão inseguros e , portanto desenvolverão uma tolerância natural. Mas a maioria ainda se sente tão insegura que recorre a medidas defensivas falhas. Esse comportamento se enquadra na mesma categoria da idealização cega da pessoa cujo amor lhes dá segurança. Em casos assim , vocês não vêem aquelas mesmas inclinações às quais fazem objeções tão enfáticas em outros indivíduos. Isso também é perigoso , principalmente porque essa tendência se presta extremamente bem a fazer com que vocês se iludam e acreditem que a idealização é amor e tolerância. Vocês tentam se convencer de que são tolerantes e bons quando fecham os olhos aos defeitos do ser amado , porque este os ama. Não , isso não é amar de verdade. O verdadeiro amor vê a realidade. Se vocês estiverem prontos para amar da forma mais madura e vigorosa , não tentarão fechar os olhos aos defeitos do ser amado ; farão exatamente o contrário.

Quem sistematicamente faz vista grossa tem dois motivos. Um é o orgulho : a pessoa escolhida para amar , e que escolheu vocês como objeto de amor , não pode ter defeitos que vocês não considerem aceitáveis. Sim , vocês podem admitir alguns defeitos no outro , como admitem em si mesmos , sabendo que não existe ser humano sem fraquezas. Mas vocês continuam ignorando muitas tendências , acreditando , de forma semiconsciente , que essa atitude é uma prova de amor e de tolerância ; na realidade , ela é motivada pelo orgulho. A segunda razão é que , bem no fundo do coração , vocês se sentem tão inseguros sobre a própria capacidade de amar que precisam de uma versão idealizada do ser amado. O amor não é verdadeiro se vocês se sentirem levados a ver o outro em forma idealizada. Não , é uma fraqueza e , muitas vezes , uma prisão.

O verdadeiro amor , é liberdade. Ele passa pelo teste da verdade ao resistir a esse ponto do desenvolvimento. Quando vocês atingirem esse estágio , serão capazes de ver a pessoa amada como realmente é , e não como gostariam que fosse. Enquanto vocês fecharem os olhos ao verdadeiro aspecto do outro , não serão capazes de amar. De fato , vocês estão cientes dessa incapacidade ,  embora num nível subconsciente , mais ou menos superficial , que estão sempre fechando os olhos ,  receando não poder continuar amando diante da visão da verdade. O orgulho , ou a atual incapacidade de amar de fato , fazem com que vocês passem de um extremo ao outro. Ou se recusam a ver a pessoa próxima e querida como realmente é , ou julgam-na com muita severidade , mesmo que a crítica possa ser justificada. O fato isolado de vocês levantarem objeções pode ser válido , mas não a avaliação da pessoa como um todo, cujas muitas facetas não há forma de conhecer.


COMO EVITAR A CRISE DO DESPERTAR

Quando vocês insistem na cegueira aos defeitos do ser amado , muitas vezes é inevitável que ocorra uma crise ,  um abalo e um doloroso despertar que magoa profundamente. Na verdade , o que decepciona e magoa não é o outro  , mas a cegueira que se torna deliberada. Nessa crise , o que vocês mais ressentem , no fundo , é a cegueira. Evitem essa crise . Se aprenderem a ver e a amar os outros como realmente são , isso é possível.

Nós gostaríamos de dar-lhes a seguinte informação : pensem na pessoa que vocês mais amam no mundo , e em seguida façam uma lista de boas qualidades e de seus defeitos , exatamente como estão fazendo consigo  mesmos. Perguntem , então , a alguns amigos comuns : “Diga-me ,o que você acha ? Estou certo ?  Eu  gostaria de saber a sua opinião sobre as qualidades e os defeitos dessa pessoa , saber se você tem a mesma visão , para que eu possa  verificar se estou ou não sendo objetivo. Faço isso com a finalidade de me desenvolver.” Depois , compare a forma como vocês e outros , que talvez sejam distanciados e objetivos , encaram a mesma pessoa.

Prestem atenção na maneira como vocês reagem ao ouvirem  ver nas pessoas idealizadas. Se vocês ficarem zangados e magoados , isto deve ser sinal de que não foram objetivos , de que têm medo da verdade , muito provavelmente devido aos dois motivos já citados : orgulho e incapacidade de amar as pessoas como realmente são. Caso contrário , vocês manteriam a calma , mesmo que o ser amado fosse acusado de um defeito que não possui. Considerar os defeitos do ser amado pode ser muito saudável para alguns. Vocês verificarão como avaliar as pessoas que amam , e o amor amadurecerá e crescerá em estatura. Assim , vocês sairão do estágio de imaturidade , no qual amam como uma criança assustada que não consegue enxergar a verdade.


DESCOBRIR EM SI MESMO A MENTALIDADE DA CRIANÇA

Já falamos sobre a mentalidade infantil que continua a existir nos equívocos inconscientes. A criança só conhece dois extremos : o que é bom ou o que é mau , a perfeição ou a imperfeição , a onipotência , que promete segurança , ou a fraqueza total , que é preciso evitar. A criança só consegue aceitar a primeira dessas alternativas. Quando ela descobre que os pais adorados têm defeitos e não são onipotentes , ela se afasta deles ou começa a sentir ódio e a ficar tristes , fica decepcionada e desapontada , ou reprime a percepção no inconsciente , com a culpa de ter descoberto algo desprezível nos pais. Essas reações continuam vivas na alma do adulto e matizam suas reações e seus padrões de comportamento ao longo da vida , ou enquanto estas não forem revistas e reavaliadas à luz do julgamento maduro e da realidade. Quando vocês examinam seus relacionamentos atuais desse ponto de vista , o processo a princípio é doloroso , mas não tão mau quanto à resistência inconsciente gostaria que vocês acreditassem. Não dêem ouvidos a esse movimento de resistência. Prossigam na busca da verdade. Podemos garantir que vocês se tornarão pessoas muito mais felizes , livres e seguras.


UM PONTO DE VISTA ABRANGENTE

Pedimos que vocês não digam , sem  pensar , que vêem , sim , os defeitos do ser amado , em especial os do parceiro. É possível que vejam alguns dos defeitos , talvez apenas os que vocês conseguem tolerar , talvez vocês não queiram ver os outros. Assim , vocês não têm  idéia da personalidade total do  outro. O que vêem é um retrato tão distorcido como quando eram radicais e demasiado intolerantes. Nos dois casos , o retrato está fora de foco ; ambos são espelhos que não refletem a realidade. Cada um dos espelhos distorce de forma diferente. Vocês estão apavorados com a verdade porque a emoção da criança – para a qual ver uma verdade desagradável na pessoa amada é intolerável – ainda está viva no seu íntimo , e esse reconhecimento obriga vocês a deixarem de amar. Mas esta não é absolutamente a verdade. Se vocês empreenderem essa busca sabendo que o amor , em vez de enfraquecer , vai se desenvolver e amadurecer ,  poderão superar a resistência à descoberta da realidade.

Vocês precisam saber qual dos dois extremos de subjetividade é mais importante atacar o primeiro. Ambas as alternativas continuam se aplicando a todos vocês , mas uma delas sempre fica em primeiro plano. Comecem concentrando-se nela.

A objetividade também requer coragem. Muitos de vocês ainda são fracos demais para enxergar a verdade nos outros e em si mesmos. Amor maduro significa amar os outros apesar de seus defeitos , conhecendo-os , vendo-os , não fechando os olhos , e baseando-se no bem que já está lá. O amor imaturo significa encarar o outro em termos de ou isto/ou aquilo , embora possivelmente essa atitude já esteja um tanto atenuada devido ao amadurecimento intelectual. Vocês podem admitir determinados defeitos que não violam seus padrões e conceitos pessoais. Julgar severamente as pessoas , como se todos os seres humanos estivessem no mesmo nível de desenvolvimento , é igualmente imaturo. A outra pessoa pode nem mesmo ser menos desenvolvida do que vocês ; pode apenas ter-se desenvolvido em outro aspecto. Portanto , vocês não podem comparar nem julgar. Basta ver. Se não conseguirem ver sem raiva , precisam perceber que essa reação tem a mesma origem do outro extremo , ou seja , vocês não conseguem aceitar a imperfeição e , portanto , continuam emocionalmente infantis. Procurem perceber a incapacidade de amar que ainda existe. Rezem para renunciar às ilusões , à vaidade , ao orgulho. Sobre esta verdade poderá assentar-se o verdadeiro amor.

SHAUMBRA e NAMASTÊ !!!            

quarta-feira, 9 de maio de 2012

COMO A DEPENDÊNCIA EMOCIONAL TOLHE INFINITAS POSSIBILIDADES DE EXPERIÊNCIAS




















É lei universal que não podemos criar o que antes não concebemos. Tomando este conceito metafísico como ponto de partida , este artigo conduz diretamente ao nosso eu infantil que , através de nossa contínua dependência da aprovação externa , nos mantém no âmbito estreito de nossas limitações. A felicidade , a realização , é nosso direito inato. Mas como podemos fazê-lo manifestar-se ? Este é um artigo que de fato expande a mente.
Todos os grandes ensinamentos espirituais afirmam que a criação é infinita em suas possibilidades e que o potencial da humanidade para realizar essas possibilidades infinitas de felicidade jaz recôndito nas profundezas interiores do ser de cada pessoa. Quase todos vocês já ouviram essas palavras. Alguns acreditam nelas , pelo menos em princípio ; outros podem ter  suas dúvidas quanto a aceitá-las pelo menos em teoria. Procuremos agora superar alguns obstáculos que dificultam a compreensão desses princípios.

TUDO NO MUNDO EXISTE EM ESTADO DE POTENCIALIDADE
Em primeiro lugar , precisamos compreender que ninguém cria nada novo. É também impossível que algo de novo passe a existir por si só. É possível , entretanto , que alguém desvele algo que já existe. É um fato incontestável que tudo , absolutamente tudo , já existe num outro nível de consciência. A palavra tudo não consegue transmitir a abrangência toda deste conceito. Quando alguém fala sobre a infinitude de Deus ou da Criação , abarca-se apenas parte do significado. Não há nenhum estado de ser , nenhuma experiência , nenhuma situação , conceito , sentimento ou objeto que já não exista. Tudo  no mundo existe em estado potencial que já contém em si o produto acabado. O ser humano tem dificuldade em aceitar essa idéia ,  porque ela é oposta ao seu modo de pensar , de ser e de experimentar em seu nível mediano de consciência. Mas quanto mais você aprofundar a sua reflexão sobre essa questão , mais fácil lhe será percebê-la , senti-la e apreendê-la. Conhecer e compreender este princípio de criação – que tudo já existe e que os seres humanos podem desvelar essas possibilidades existentes – é um  dos pré-requisitos para vivenciar a plenitude do potencial infinito da vida.
Antes de criar novas possibilidades de desenvolvimento e amplitudes inteiramente novas de experiência em sua vida pessoal , você deve aprender a aplicar essas leis de criação às áreas problemáticas de sua vida em que se sente embaraçado , limitado , prejudicado ou preso. À criação de uma personalidade sadia segue-se o desdobramento saudável do verdadeiro eu. Isto pode acontecer quando você aprende e compreende que as leis de criação só podem operar se você as aplicar primeiro às áreas conturbadas da personalidade.
Qualquer possibilidade concebida pode ser realizada. Suponha estar imerso num conflito para o qual não vê saída. Enquanto não conceber uma saída , você não poderá realizar a possibilidade já existente de uma solução. Se seus conceitos forem confusos e fantasiosos , assim também serão as soluções temporárias que lhe aparecerão como possibilidades únicas. O mesmo se aplica à sua vida como um todo. Se você compreende verdadeiramente que existe um número infinito de possibilidades em qualquer situação dada , você pode encontrar soluções onde até agora era totalmente impossível encontrá-las.
É prerrogativa sua como ser humano fazer uso dessas leis de criação para que essas possibilidades infinitas possam expandir-se , capacitando-o a participar plenamente desses dons da vida. Se sua vida parece limitada , isto acontece porque você está convencido de que ela deve ser limitada. Você não consegue conceber nada além do que viveu até agora e do que está vivendo no presente. Este é precisamente o primeiro empecilho. Portanto , para expandir suas próprias possibilidades de felicidade , sua mente deve aprender o princípio de que você não pode criar nada se antes não pode concebê-lo. Você deve meditar verdadeiramente sobre esta afirmação , pois a compreensão desse conceito lhe abrirá novas portas. Deve também compreender que existe uma grande diferença entre conceber possibilidades de expansão ou felicidade , de um lado ,e fantasias , de outro. Não nos referimos aqui ao devaneio melancólico e resignado que toma conta da fantasia como um substituto da insípida realidade , e que na verdade é um obstáculo à concepção apropriada dos potenciais da vida. Você deve ter um conceito vigoroso , ativo , dinâmico do que é possível. Ao saber que algo que deseja já existe em princípio , você deu o primeiro passo para realizá-lo.

A MOTIVAÇÃO NEGATIVA IMPEDE NOVAS PERSPECTIVAS
Portanto , convidamos-lhe a contemplar o que você concebe como possibilidades para a sua vida. Se se examinar com atenção , descobrirá em primeiro lugar que concebe possibilidades negativas que naturalmente teme , quer evitar e contra as quais se defende. Quando você emprega a maior parte de suas energias psíquicas para defender-se contra possíveis experiências negativas , sua motivação é negativa.
Uma motivação negativa não implica necessariamente uma intenção destrutiva. Nesse aspecto , uma motivação positiva também poderia significar uma intenção ou objetivo destrutivo. O ato de evitar uma possibilidade temida implica motivação negativa. Se examinar atentamente seus processos mentais e emocionais , você descobrirá que é motivado negativamente a um grau considerável. Este é um dos primeiros obstáculos que o trancafiam numa prisão imaginária e desnecessária. Naturalmente , isto se aplica a todos os níveis de sua personalidade. Aplica-se ao nível mental ,onde você na o consegue divisar as perspectivas infinitas de experiência , de expansão , de estimulação , de todas as espécies de possibilidades maravilhosas e felizes que você tem a prerrogativa de alcançar nesta vida. Existe no nível emocional ,  onde você não permite o fluxo espontâneo e natural de seus sentimentos , onde você se retrai temerosa ,  ansiosa e suspicazmente. Existe também no nível físico , enquanto não permite que seu corpo  sinta o prazer a que foi destinado. Todas essas são limitações que você se impõe de modo artificial e desnecessário.

UM CONJUNTO DIFUNDIDO DE CONCEPÇÕES ERRÔNEAS
O outro obstáculo à expansão da sua vida e à criação da melhor vida possível para você mesmo é o seguinte conjunto de concepções errôneas espalhadas pelo mundo todo : “ Não é possível ser verdadeiramente feliz ! A vida humana é limitada demais. A felicidade , o prazer e o enlevo são objetivos frívolos e egoístas que pessoas realmente espirituais devem abandonar em nome do seu desenvolvimento espiritual. O sacrifício e a renúncia são as chaves  para o desenvolvimento espiritual. “Não precisamos explicar mais essas concepções falsas profundamente alojadas que com freqüência são mais inconscientes do que conscientes. Mas é preciso que você descubra o modo sutil como se conforma com tais conceitos gerais , não importando em que acredite conscientemente. Você pode descobrir essas reações sutis constatando sua relutância em decidir-se a concretizar uma satisfação perfeitamente normal e inofensiva de uma necessidade genuína ou de um objetivo verdadeiramente construtivo. Você sente como se algo o retivesse , paralisando seus esforços. Embora muitas vezes haja várias outras razões para esta relutância – algumas das quais analisaremos brevemente- é também geralmente verdade que você simplesmente aceitou uma idéia negativa desprovida de sentido e de um propósito sadio.
O medo da felicidade , do prazer e da expansão ampla nas experiências da vida baseia-se na ignorância de que essa realização pode existir  ou de que você possui todos esses poderes , faculdades e recursos para criar e causar o que deseja. Baseia-se também em idéias errôneas , como “o prazer é errado “ , ou “ egoísmo querer a realização pessoal.” O medo da felicidade também se baseia no medo de ser aniquilado e dissolvido se você confiasse no fluxo das forças universais e seguisse com elas. Uma confiança dessas precisa renunciar à vontade e às forças do ego e exige a rendição às forças benéficas de sua natureza profunda.

ARTIFÍCIOS PARA ESCONDER DOS OUTROS NOSSA FRAQUEZA E DEPENDÊNCIA
Todo ser humano abriga uma atitude de medo e de fraqueza. Visto que esse aspecto da personalidade em geral causa uma grande vergonha , ele é mantido em segredo , muitas vezes mesmo com relação à mente consciente. Artifícios diversos são inventados para ocultar essa fraqueza e dependência que faz com que você se sinta totalmente impotente , incapaz de afirmar-se a si mesmo , e até incapaz de proteger sua verdade e integridade. Quando é essa a área da alma afetada , a pessoa é compelida a vender-se e a trair a si mesma para evitar a desaprovação , a repreensão e a rejeição. A necessidade de ser aceito pelos outros em geral é menos vexatória do que os meios a que a personalidade recorre para abrandar e apaziguar os demais. Os modos de defender-se são psicologicamente tão fundamentais que você não pode ir longe como eles funcionam em sua vida. Todos os mecanismos de defesa que descobriu e que talvez tenha começado a remover são modos que você adota para reaver o que considera ser a aceitação aparentemente vital dos outros , ou modos de esconder sua submissão vexatória , muitas vezes através de uma atitude aparentemente contrária de indiferença e hostilidade , ou de revolta e agressividade compulsiva e cega.

A CRIANÇA DEPENDENTE QUE EXISTE EM VOCÊ AINDA QUER APROVAÇÃO DOS OUTROS
Poucas coisas causam tanto ao sofrimento e vergonha aos seres humanos como esse ponto interior , medroso e fraco que os faz sentirem-se impotentes e compelidos a trair a si mesmos. Você já sabe , que essa área da personalidade continuou criança. A criança ainda não sabe que a personalidade como um todo se desenvolveu e que não é mais desamparada e  dependente. Os bebês e as crianças são desamparados e dependem dos pais. Mas a parte infantil de seu ser não sabe ou não quer saber que isto não é mais assim.
A criança depende dos pais em todos os aspectos básicos da vida: proteção , alimento , afeto e , por último mas não menos importante , a dádiva de algo absolutamente necessário , o prazer. Um ser humano não pode viver sem prazer. Negar esta verdade é um dos erros prejudiciais. Sem prazer , o corpo , a alma , a mente e o espírito definham. Como adulto, e por seus próprios esforços e recursos , você é capaz de prover por seu próprio abrigo , alimento , afeto e segurança , e assim pode também providenciar seu próprio prazer. Em todas essas áreas , você precisa ter contato , cooperação e comunicação com outros em vários graus. Você não consegue prover a você mesmo nenhuma dessas necessidades sem interagir com outras pessoas. Mas essa interação é totalmente diferente da dependência passiva e frágil da criança. A pessoa plenamente adulta utiliza suas melhores forças , inteligência , intuição , habilidades , observação e flexibilidade para harmonizar-se com os outros no dar e no receber. Seu senso de justiça adulto o torna suficientemente maleável para ceder. E seu senso de “eu” o torna  suficientemente agressivo para não ser pisado e prejudicado. O equilíbrio geralmente delicado dessas forças de comunicação não pode ser ensinado. Ele apenas pode surgir através do desenvolvimento pessoal.
As crianças são incapazes de chegar a esse equilíbrio. Elas são rigidamente parciais em sua insistência em receber ,  pois essa é sua necessidade. O mesmo se aplica ao prazer : elas precisam ter a permissão dos pais para estabelecer e utilizar a fonte de todo prazer nas profundezas delas mesmas. Através da permissão dos pais , a criança desenvolve a força e a segurança para fazer contato significativo. Quando você ainda precisa que outra pessoa o autorize a sentir o prazer , você ainda está na situação da criança ou do bebê. Repetimos , isto não significa que se possa passar sem os outros ; no caso do adulto , porém , ênfase é deslocada. Adultos maduros encontram em si mesmos uma fonte inexaurível de sentimentos extraordinários. A insegurança e a fraqueza deixam de existir quando esses sentimentos são estimulados.
Quando parte do seu desenvolvimento é detida , você espera que outra pessoa , um pai/mãe substituto , lhe possibilite haurir da fonte profunda de seus mais nobres sentimentos. Você conhece e deseja esses sentimentos agradáveis , mas não sabe que não é mais uma criança dependente que precisa de licença para ativá-los e expressá-los. Esta é sua tragédia humana , porque é assim que você entra num círculo vicioso. Sempre que uma concepção errada é aceita como verdadeira , imediatamente se cria um círculo vicioso, paralisando as forças do prazer , que são uma boa parte da energia que está á sua disposição. Assim , sua vida se torna fosca e opaca.
Negar o prazer intenso de ser , o prazer de sentir o fluxo de energia de seu corpo , de sua alma e de seu espírito é negar a vida. Quando se nega isto a uma criança , sua psique recebe um choque provocado pela ausência repetida de prazer e , em conseqüência , pela presença repetida do desejo não satisfeito. O choque impede o desenvolvimento dessa área específica , e assim a personalidade toda cresce desequilibradamente. Sua mente consciente adulta desconhece o fato de que ainda existe dentro de você uma criança chorona , exigente , irritada e desamparada. Você não sabe que está livre para sentir o prazer , para realizar-se ,  para pôr em ação seus próprios poderes para obter o que quer e o que necessita. Esta é uma das rupturas mais fundamentais da personalidade humana.

CÍRCULO VICIOSO E CORRENTE DE PRESSÃO
Examinemos um pouco mais detidamente esse ângulo oculto da psique em que todos vocês permaneceram crianças. Em que ponto você desconhece este fato e em que ponto sua criança interior ignora os direitos e poderes de seu estado adulto ? O círculo vicioso que mencionamos anteriormente é este : Quando você não sabe que tudo no Universo já existe e que pode manifestar tudo o que necessita em sua própria vida , você se sente dependente de uma força externa  ou autoridade para todos os seus desejos e necessidades. Devido a esta distorção dos fatos , você espera a realização a partir da fonte errada. Esse tipo de espera mantém sua necessidade perpetuamente irrealizada. Quando mais irrealizada é , mais urgente ela se torna. E quanto mais urgente , maior a sua dependência , a sua esperança e mais frenética as suas tentativas de agradar o outro que supostamente deve satisfazer sua necessidade. Então você se desespera ; quanto mais você tenta , menos preenche suas necessidades exatamente porque suas tentativas são irrealistas. Conscientemente , você não conhece nada disso ; você desconhece quais são as forças que o dirigem e até mesmo para que direção elas o impelem. Você se desespera porque em sua premência de ter sua necessidade satisfeita chega  a trair a você mesmo , a sua verdade e o melhor que há em você. Seu esforço frustrado e sua autotraição criam uma corrente de pressão.
A corrente de pressão pode manifestar-se de um modo muito sutil e sem nenhuma clareza , mas as emoções estão todas congestionadas por elas. Isto deve inevitavelmente afetar os outros a ter suas conseqüências de acordo com as leis naturais e apropriadas. Qualquer corrente de pressão leva os outros a resistir e a encolher-se , mesmo que aquilo para que são movidos a fazer seja  para seu próprio benefício e prazer. Assim, o círculo vicioso continua. A frustração continuada , que você acredita ser causada pela recusa mesquinha do outro  em cooperar e oferecer , sobrecarrega a sua alma de raiva , de fúria e talvez até mesmo de vingança e de graus variados de impulsos cruéis. Isto , por sua vez,  enfraquece a personalidade ainda mais à medida que a culpa vai emergindo.Você conclui que seus sentimentos destrutivos devem ficar escondidos para não antagonizar essa outra pessoa que você considera como a fonte de vida. A rede do emaranhado se torna cada vez mais apertada ; o indivíduo fica completamente enredado nessa armadilha nessa armadilha de concepções errôneas , distorções e ilusões com todas as emoções destrutivas que seguem no seu encalço. Você se vê todas as emoções destrutivas que seguem no seu encalço. Você se vê na posição absurda de implorar o amor e a aceitação de uma pessoa a quem você odeia e de quem se ressente por tê-lo deixado sem realização. Por tanto tempo. Essa insistência unilateral em ser amado por uma pessoa de quem se ressente profundamente e que deseja punir aumenta a culpa , porque a sempre vigilante presença de seu verdadeiro eu transmite sua reação a uma mente que é incapaz de interpretar e de selecionar as mensagens provenientes dele e separá-las daquelas que provém da criança interior.
O fato de que sua necessidade não é satisfeita pelo outro  também enfraquece sua convicção de que você tem direito ao prazer que tanto deseja. Você suspeita vagamente que pode estar errado até mesmo em desejar esse prazer. Assim , você começa a deslocar a necessidade e o desejar esse prazer. Assim , você começa a deslocar a necessidade e o desejo  originais , naturais , de prazer para outros canais em que estes são sublimados. Em conseqüência , outras necessidades , mais ou menos compulsivas , passam a existir. No entretempo você fica premido entre a força da necessidade original profundamente oculta e a dúvida de que tenha direito à sua realização. Quanto  mais você duvida , mais dependente se torna da confirmação por uma autoridade exterior – um pai-substituto , a opinião pública , ou certos grupos de pessoas que , para você , representam a última palavra em termos de verdade. 
Quanto mais esse círculo vicioso continua , menos prazer permanece na psique , e mais desprazer se acumula. Uma pessoa assim  vai gradativamente aumentando seu desespero com  relação à vida e sua dúvida de que a realização seja possível. Chega a um  ponto em que a pessoa capitula interiormente.
Não existe um  único ser humano que não abrigue dentro de si uma área frágil como essa , pelo menos até certo grau. Nesse lugar secreto , você se sente desamparado e dependente , e ao mesmo tempo profundamente envergonhado. A vergonha é devida aos métodos que você emprega para acalmar a pessoa que em determinadas circunstâncias deve supostamente desempenhar o papel da autoridade e prover-lhe do que necessita em termos de prazer , de segurança e de respeito para consigo mesmo.
A corrente de pressão diz : “Você tem de“ – e você exige que os outros sejam ,  sintam e façam o que você necessita e quer. Essas exigências podem não se manifestar externamente. De fato , na superfície você pode carecer totalmente de auto-afirmação. Sua inabilidade ou dificuldade em se afirmar de modo saudável é resultado direto de ter de esconder a corrente de pressão subjacente vergonhosa e ameaçadora. Ela é ameaçadora porque você sabe muito bem que se ela se expuser abertamente , atrairá censura e desaprovação e possivelmente até mesmo rejeição manifesta.
Convidamos você a encarar com vigor essa área de você mesmo. Você deve resolvê-la se quiser concretizar os melhores potenciais seus e da vida , e se deseja descobrir seus próprios poderes infinitos de criar o bem infinito em sua vida.
Quanto mais fortemente o “você tem de” é secretamente lançado aos outros , mais você torna inativos seus próprios poderes. O resultado  é que você fica paralisado e inativo no corpo  , na alma e na mente. Essa inatividade  o impede de mover-se na direção de seu próprio núcleo , o espaço onde se concentram toda promessa realista e todo  potencial para qualquer espécie de realização e prazer. Inadvertidamente , você se pendura nos outros  , o que desperta ódio em você. Descobrir o tesouro de seu próprio  núcleo , ao contrário  , torna-o  livre. Então o contato  com  os outros torna-se um deleite prazeroso que estimula o amor.
Usando continuamente a pressão interior , oculta , sobre os outros porque acredita ser dependente deles , você diminui seu suprimento de energia disponível. Se a energia é usada de modo  natural , correto e significativo , ela jamais se exaure. A energia somente se esgota quando é empregada de modo errado. Existem inúmeros métodos usados pelos seres humanos para ativar essa corrente de pressão. Entre eles incluem-se a complacência em vários graus , a resistência passiva , o despeito , o retraimento , a recusa em cooperar , a agressão externa , a intimidação e a persuasão através da força falsa e da imposição de uma  função autoritária. No fundo , todos eles significa : “Você deve me amar e me dar aquilo de que necessito.” Quanto mais cegamente você estiver envolvido  nesse modo de ser , mais enfraquecerá e mais se afastará do centro de sua verdadeira vida interior , onde você encontra tudo o que possa necessitar e desejar.

ABANDONO-LIBERTAÇÃO
Com a finalidade de reorientar as forças da alma para a saúde e de restabelecer sua verdadeira natureza , você deve adotar o seguinte : abandone a pessoa ou as pessoas que você espera que você espera que realizem sua vida e de quem ao mesmo tempo se ressente por esse mesmo fato. Você deve reconhecer que tem expectativas e exige dos outros coisas que somente você pode realizar. Tudo o que você almeja , incluindo o amor verdadeiro , pode manifestar-se apenas quando sua alma é audaz , e você sabe que a força dos sentimentos com que você pode dar e receber amor está dentro de você. Enquanto você se agarra a outra pessoa como uma criança , negando o adulto que é , você se escraviza no verdadeiro sentido da palavra. Quanto mais faz isso  , menos você pode receber e dar , e menos os sentimentos verdadeiros de qualquer espécie ligados a qualquer experiência vital podem encontrar seu espaço dentro de você.
Visto  que o  medo  e a raiva ocupam a maior área da sua psique , é essencial libertar essas emoções negativas de acordo com o método que você aprende no caminho ; esse método não prejudica ninguém. Logo que você libera o medo e a raiva , imediatamente abre espaço para os bons sentimentos. Muitos ainda estão paralisados e fechados em si mesmos. Expressar medo e raiva é a última coisa que querem fazer. Mesmo que , em princípio ,  admita tais emoções negativas , você prefere representá-las inconscientemente em vez de expressá-las diretamente e assumir responsabilidade por elas. Você ainda reivindica uma perfeição falsa – embora não mais acredite realmente que ela exista em você – com o objetivo de induzir os outros a terem uma disposição favorável com relação a você.  Além  disso , você se agarra às emoções negativas porque tem medo dos sentimentos positivos. Este é outro aspecto do  mesmo círculo vicioso.
Quanto menos você assume a responsabilidade pelos sentimentos negativos que ainda possui e pelo seu direito e capacidade de criar a felicidade , mais você vive no medo. Consequentemente , mais você deve fazer alguma coisa para eliminar esse  medo. Assim é que surge a motivação negativa. Você vive uma vida paliativa de fuga em vez de criar uma vida que se desenvolva plena de experiência e prazer positivos. Sua meta é evitar a ameaça da expressão de seus sentimentos negativos porque eles impediriam que você obtivesse de outros tudo o que na verdade deve obter de você mesmo. Você põe sua salvação nos outros , mas ela jamais pode vir através deles.
Sua reorientação para a vida – exceção feita à necessidade fundamental de reconhecer todos esses aspectos negativos – deve sempre começar com o desejo de libertação. Isto não pode ser forçado sobre quem não foi conscientizado dessa dependência de modo exato. Mas se a pessoa está consciente , é possível que se desvencilhe daquilo a que esteve se agarrando tão fortemente. Esse afrouxamento deve acontecer para provocar uma mudança na estrutura de equilíbrio das forças da alma para que círculos benignos possam começar a perpetuar-se.
Você também deve ter a disposição de prescindir das racionalizações que parecem justificar seu caso. Pois você sempre pode ter êxito em apresentar sua vida a você mesmo e às outras pessoas como se seus desejos , necessidades e exigências com relação aos outros não apenas se justificassem , visto que não há nada de errado com isso , mas como se fossem até  benéficos para a outra pessoa. Isto pode ser bem verdade ,  enquanto se analisar sob este ponto de vista. Em princípio  , o que você quer , pode de fato  ser bom e de acordo  com seu  direito. Mas ao usar uma corrente de pressão oculta , emocional , você sai por aí em busca de satisfação do modo errado e não concedendo à outra pessoa a mesma liberdade que quer para você mesmo. Você não dá à outra pessoa o direito de escolher livremente a quem aceitar e amar ou o direito de não ser rejeitada e odiada por afirmar essa liberdade. Você nem sequer dá ao outro o direito de estar errado sem ser odiado e totalmente negado. Esta é uma liberdade que você deseja , e muito , para você mesmo , e se ressente profundamente quando os outros a negam a você. Você é incapaz de defender-se adequadamente em tais casos apenas porque em certos níveis emocionais não concede essa mesma liberdade aos outros. Se observar com atenção , você verá que esta é uma verdade. E ao fazer isso , seu senso de justiça e de objetividade o ajudará a soltar-se daquilo a que se agarra tão desesperadamente , mesmo quando emocionalmente ainda acredita que sua vida está na dependência de conseguir que o outro sinta e faça como você quer.

RETIRE A AMARRA DE SEU PESCOÇO
Uma vez aprendida esta condição inicial , levando em conta o número de recaídas inevitáveis que devem ser sempre observadas de maneira nova , você dará um passo enorme na direção daquela fonte de seu ser interior onde você não está amarrado à fraqueza e à ansiedade ou ao medo e à raiva. Todas as pessoas se sentem incomodadas com alguma amarra que as mantém dependentes e ansiosas numa situação em que não podem encontrar a força de afirmar-se a si mesmas , em que se encontram absolutamente presas e incapazes de ver uma saída porque cada possibilidade parece errada, Você sabe que nenhuma das alternativas visíveis lhe dá aquele bom sentimento sobre você mesmo , aquela força elástica e bem-estar em que mesmo os passos difíceis tornam-se possíveis porque você sabe que são certos para você. Quase todos experimentaram , pelo menos ocasionalmente , este estado de sabedoria interior em que seu verdadeiro eu  operou livremente dentro de cada um. É nosso objetivo manifestar por completo esse eu verdadeiro. 
Para liberar o verdadeiro eu , você tem de encontrar a área de sua vida em que está mais amarrado e ansioso. Pergunte a você mesmo o que quer do outro quando está amarrado , ressentido , temeroso , fraco e incapaz de ser você mesmo. Sinta essa amarra que só pode ser desfeita quando você pára de querer dos outros o que deve prover por você mesmo. Verbalize concisamente para você mesmo o que acha que quer dos outros. Isto o aproximará mais da libertação. Você então saberá que é exatamente esta a necessidade compulsiva com que escraviza , debilita e paralisa a você mesmo. Ao se libertar , você experimentará uma força nova elástica , que brota de você e que de repente concilia problemas aparentemente insolúveis. Você se tornará livre à medida que se libertar. Somente ao perder no nível do ego é que você vencerá no nível do eu verdadeiro ,  onde o poder é criar uma vida plena.
Inversamente , sua capacidade de desistir  , de ser justo , de deixar os outros livres , sua insistência em vencer e ter as coisas a seu  modo e sua recusa em  perder no nível do ego fazem com que lhe seja impossível vencer onde de fato vale a pena e onde você encontraria sua força verdadeira.
Estamos lidando aqui com  níveis de consciência. Espero ter ficado bastante claro que não se exige nenhum sacrifício  ou renúncia. O que se quer dizer é que você não pode obter o que quer , e o que de fato deveria ter , pressionando uma fonte exterior com todos os seus esforços. A ênfase deve ser mudada. Se insistir em vencer no nível errado , você não vencerá realmente. Se perder nesse nível do ego , você vencerá. Você entrará inevitavelmente naquele núcleo de você mesmo onde se localiza todo poder que se pode conceber. Na medida em que você garantir aos outros o direito de ser , quer lhe seja conveniente ou não  , nessa medida você encontrará verdadeiramente seus próprios direitos.
Encontrar esses direitos é um processo de desenvolvimento constante. O processo se manifestará primeiro no fato de você não mais se vender ou degradar-se. Você encontrará defesas boas e autênticas contra a degradação e se sentirá confortável com respeito a elas. Posteriormente , você descobrirá seu direito sempre crescente ao  prazer e à felicidade. Descobrirá que se dirige para visões do que sua vida pode ser , para possibilidades que jamais sonhou poderem existir. Inesperadamente , você se permitirá o prazer. Você não mais se refreará como  inadvertidamente faz no momento. Você cessará de solapar os processos espontâneos e aprenderá a confiar neles. Isso possibilitará uma riqueza de vida e uma segurança verdadeiramente celestiais. Renunciando e desistindo de sua corrente de pressão interior , você sentirá a beleza de relacionamentos livres , não forçados. Vivendo no antigo padrão de dependência , você força os outros a fazer o que você deseja. Assim , você tem correntes de pressão mútua. Isto o enfraquece e cria uma multidão de emoções negativas que o fazem perder o contato com o núcleo de seu ser verdadeiro e com seus bons sentimentos. Perdendo com  desprendimento  , você descobrirá um tesouro interior , um novo modo de vida que é uma aventura inteiramente nova que você está apenas começando. E as áreas de sua vida em que você se sente fraco e preso deixarão de existir.
Vá ao seu ser interior e comunique-se com ele com o objetivo de eliminar essa fraqueza que o amarra e que retém sua vida de modo desnecessário e dispersivo. Não importa o quanto você possa prezar essa paralisia , ela não tem nenhum  propósito. De uma maneira ou de outra , todas as pessoas se refreiam , exatamente como o fez a humanidade durante milênios , dizendo que o prazer é errado , leviano e desprovido de espiritualidade. Você pode ter suas próprias justificativas para dourar sua fraqueza e aparentemente fazer dela seu patrimônio. Entretanto ,  seguindo este raciocínio , você não ficará face a face com você mesmo. Somente enfrentando face a face sua fraqueza e dependência e sua corrente de pressão que diz aos outros “você tem de” , é que você deparará com  sua força e beleza e com todos os potenciais que existem em você de um modo que ainda não consegue compreender.

SHAUMBRA e NAMASTÊ !!!